quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

VÉNUS – II, A MATER GENITRIX DA LAVÍNIA E DOS LATINOS, Por artur felisberto



Tipicamente latinas e/ou itálicas, muitas terão sido as deusas do amor.
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Figura 1: Venus Genitrix. (Rom, Galleria Borghese).
Originally an obscure Italian deity whose name meant "charm" or "beauty" and is connected with the classical Latin adjective Venus's. Venus was concerned with vegetable, not animal fertility. She was first identified with Aphrodite through the cult of Aphrodite on Mount Eryx in Sicily, which had been traditionally founded by Aeneas after the death of his father Anchises. From 217 B.C. Venus took on all the functions and associates of Aphrodite. She was particularly important in the official state cult because the Julian family (of which Nero was the last member to be emperor) claimed descent from Aeneas who was the son of Aphrodite. --- Who's Who in the Ancient World, Penguin Addition.
A sixth-century mosaic in Madaba in Transjordan depicts a castanet-snapping dancer dressed in transparent muslin next to a satyr who is clearly sexually-roused.
Se Vénus não era a deusa do amor latino, que só veio a ser com o império romano, a verdade é que a origem do seu nome não deixa de ser interessante por isso mesmo.
Esta deusa, mau grado a má fama da sua vida de deusa da mais antiga profissão do mundo, tem, ironicamente por isso, um nome de deusa mãe muito mais arcaico do que Afrodite, pois revela semanticamente ter sido esposa de Pan, a variante mediterrânea de Enki, o qual veio a ser considerado pela tradição da cultura clássica como também um deus de mau porte e maus instintos!
Mas, em boa verdade, os arcaicos deuses do fogo, particular mente Pan, eram todos deuses de fertilidade caprina!
(1) Pan < Phaunus (< Kaun-ish < Kian-ish >) > Wianis > Venus = Fauna.
In Roman mythology, Fauna was the mother goddess of earth, rural life, fields, cattle and wild creatures. She was a protectress of women.
Figura 2: Vénus e o marido, o arcaico deus da fecundidade natural que era o deus Pan.
Ora, Enki era Kian que veio a ser Pan tal como Inana, Vénus.
Assim, etmicamente falando, Vénus poderia ter sido, sem sombra de pecado fonético, um variante de tanto de Fauna, esposa de Fauno, o tão típico «lobisomem» da mitologia popular portuguesa, e pelo lado arcaico da Deusa Mãe *Kiana, também ele um deus bucólico como de Flora.
Bona Dea "The Good Goddess". She was a primary Women-Goddess. In the month December her rituals - including the sacrifice of a sow - were celebrated secretly and without men. At the Aventin she had a temple. The name "Bona Dea" is also interpreted as a title of the old Roman goddess Fauna. In her temple were holy snakes.
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(2) Bona Dea < Wauna Thea < *Kauna Keka =
*Ki-Anish > Wi-Anish > Venus.
Dito de outro modo, Vénus era já uma evolução de do nome de Bona Dea por compactação fonética da expressão ritual *Kuna kiki < Ki-Ana-Kiki.
            < Fewana < Kakina < (Ana) Caca, a «Saca®na».
Fauna < Pha-una < *Kauna > Xoana > «Joana»
                 «Cona» < *Kauna < Ki-An.
                                                 > Wun > Win > Wen.
Dwyn = (Dwyn-wen) The Celtic god of love.
(3) Ora, *Ki-Anish > Wianush > Vénus.
Dwyn < Di-Wun (= dea Venus) > Divina.
Dwynwen < Divina Vén(us)
Por outro lado, é quase certo e estranha-se que nunca se tenha reparado nisso, que o nome de Vénus seria um epíteto de Afrodite reconhecido na Anatólia ao tempo da migração dos latinos depois da queda de Tróia, ou pelo menos com a época dos povos do mar que fez chegar os etruscos ao mar tirreno.
Although the worship of Aphrodite seems to have come from the east, it was soon identified with Cyprus. Homer referred to the goddess as the "Cyprian" as early as the 8th century BC, and she was called the "Paphian" in the 6th century BC. Inscriptions at Palea Paphos call her simply Wanassa, "the lady." -- Sanctuary of Aphrodite, Palea Paphos.
Sabemos que Vanax era o nome do soberano em linguagem micénica. Afrodite Cipíria seria a Regina (Coeli) dos anatólicos e por isso Wanassa em dialecto cretense. Em dialecto hitita e anatólico seria Wanusa de que obviamente derivou Vénus.
Mic. Vanax < Cret. *Vanosso < *Ki-an- | ash / ush > osso > oso |
> Wanassa > Hit. *Wanusa > Vénus.
                                               > «Vanessa».
Notar que Pha era um dos nomes do deus da Luz primordial ou seja, do deus Protágono do Amor, e por isso filho de Vénus / Fauna.
Claro que, se insinua aqui a questão, que seria interessante discutir a seu tempo, da persistência dos nomes dos maridos no nome de certos deuses romanos pois Vénus é formalmente um termo do género masculino tal como Juno. O mesmo se iria passar com Tellus que, embora herdada dos hititas, era ali Tella Huris, literalmente a Deusa Mãe telúrica.
Tella Huris < Kauris Talla < *Kurkulla.
Pois bem, a razão poderá ser meramente fonética, pelo menos no caso de Vénus, estando relacionado com uma persistência neste nome dum antigo radical -ish na mesma forma -us dos nominativos masculinos em latim com queda do -a do género feminino que se manteve por exemplo em Befana
Befana < Fewana < Phi-wana < *Kiki-Ana> Anish > Anat > Atena/Diana.
Befana (Italy) She is represented as an old woman who, although ugly, is also very kind. On January 5th of each year she distributes candy to the good children and lumps of coal to the bad.
De facto, é interessante notar que o rasto destes caminhos étmicos persistiu entre os eslavos, de que já se suspeitava terem tido a mesma origem linguistica dos hititas, pois que Vesna < Wiash-Ana, foi ali a deusa da primavera.
Vesna -- Slavic goddess of the spring.
Faunus - Also called Lupercus (> Kurkurikus, relativo a Hércules); An Italic Pan; The Horned God. Ruler of flocks and farms, apiary,fishing, orchards, gardens, animals, fertility, Nature, woods, music, dance. He has the power to incite terror in mortals.
Ora ainda, *Wiash corresponde a um étimo muito arcaico relativo à Deusa Mãe do fogo pois sabemos que dele deriva o nome de Hestia e Vesta e a deusa gata dos Egípsios Bast, esposa de Ptah. Por tudo isto suspeitamos que o étimo virtual de *Wiash andou relacionado com a etimologia das putanas e potinijas micénicas e com o étimo *pot- do poderoso Neptuno, deus que teria sido *Nepot / Despot das águas da talassocracia cretense.
Nephôtês, ou, ho, epith. of Zeus in Egypt, prob. = Nefr-hotep, OGI 676 (ii A.D.).

Ver: O PODER DE SEPARAR AS ÁGUAS (***)

Claro que poderíamos ser tentados a ver neste paradigma mítico uma variante de Diana/Vénus mas a verdade é que Vénus deriva tão directamente de Fauno que se manteve foneticamente masculina, como que a querer evitar confundir-se com Fauna.

Ver: FLORA (***)

Os critérios que nos levam a pensar que Vénus foi a arcaica Deusa Mãe esposa de Pan/Enki são resumidamente os seguintes:
v     A fonética da equação (1).
v     O facto de Pan ser considerado na mitologia clássica como um deus da fertilidade rural como Vénus (equivalente do par de indigestes Fauna & Flora). Além da sensualidade caprina Pan tinha as qualidades de um deus divertido e flautista, sexualmente fálico, atrevido e brejeiro.
v     Pan viria a ser o divino «cabrão» precisamente ter sido esposo duma divina puta (< Potnia < Potinija) que era Vénus.
v     É reconhecível o carácter arcaizante da mitologia latina, quanto mais não seja pela persistência do nome de Caco para o deus do fogo, que se revelaria no par de deuses primordiais Fauno < Ki & An > Vénus!
v     Vulcano (< kur kano = deus Kian, ou Pan, do inferno que era o Kur)/Hefesto (< Kakiash, o deus Caco do fogo do inferno), que a mitologia reconhece como esposos de Vénus, são deuses do fogo primordial e por isso evoluções tardias de Kius/ Enki que, ao analisar a etimologia de Afrodite,  se reconhece como pai e marido das deusas do amor.

NÉRIO

Figura 3: Vénus & Marte.
Indignum est Italos Troiam circundare flammis
nascentem et patria Turnum consistere terra,
cui Pilumnus avus, cui diva Venilia mater:
quid face Troianos atra vim ferre Latinis,
arva aliena iugo premere
atque avertere praedas?
-- Aeneidos Liber Decimus, P. Vergili Maronis.
Nerio = a minor Roman goddess, and the consort of Mars.
Como se sabe, quem andou metida com Marte, o deus suposto casado com Bellona, foi Vénus!
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Na Caldeia, a terra que continua a ser a única mãe original conhecida de todas as mitologias, Marte foi Nergal, nome que afinal agora se entende como sendo obviamente o mesmo que o “Grande (rei) Ner-io”.

Ver: BELLONA (***)

Então, Venília Mater seria assim uma antiga Deusa Mãe cuja decomposição étmica nos reporta tanto para o nome de Vénus como para Iria, possivelmente uma forma de Íris, deusa que já seria eventualmente muito adorada na terra que depois viria a ser a de N.ª Sr.ª de Fátima, no centro da Lusitânia. Claro que este deus Nério era Enki ou um dos seus filhos, e em qualquer dos casos um deus aquático como Nereu, pai das Nereidas. Entre os hititas era célebre o deus “manda chuva” de Nerik pelo poder que tinha quase idêntico ao do “manda chuva” do céu, Teshuwa.

                             Vénus + Nério = Venere > Veníla Mater = Venerina.
Urano-i(c)o = *Anur-io > Nério > Nelio > «Nelo» > Nilo.
Este nome estabelece-nos a correlação com o semantema tanto da venalidade como da veneração divina e com esta estranha deusa de nome Nério.
Assim, por um lado Nério seria Vénus e Venília, enquanto Marte seria uma manifestação ariana e bélica de Kur/Enki. Em boa verdade nem seria preciso tanto pois bastaria que o mito se tivesse equivocado e tomado por esposa aquela que apenas era amante!
No entanto, a esposa grega de Nério era Dóris, a deusa que presidiu ao nascimento onomástico do luso rio Douro onde viria a ser seguramente uma feliz homofonia para a Sr.ª das Dores.
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Figura 4: Dóris, uma das nereidas, a lusa Seria, Nério ou a Venilia Mater montada no dragão de Marduck, o Marte babilónico?
Doris was a sea goddess in Greek mythology. She was the daughter of Oceanus and Tethys (who were also sea gods/goddesses). Doris had many, many sisters. She was the wife of the sea god Nereus, her half-brother. She had fifty daughters, called the Nereids.
Doris was not one of the goddesses who lived on Mt. Olympus. -- by Marissa Montanez, Clarksville Middle School.
Na verdade, Doris < Thoris, lit. «filho de Tor, o Sr. do Kur»
< Thaurish / Ishtaur
> Ishtar, nem mais nem menos do que o nome caldeu de Venus-Afrodite!
< Ashtar (< Iskur) > Ashar > Aj-ar > Arsaj > Arsay.
                > Astarte ó Canaan. Asherat < Asher-(a)tu > Ugarit. Aserat
> Hit. Asertu > Lat. Aser-dus.
Aserdus < Asertu = Nombre hitita de una diosa ugarítica Aserat, esposa de El º hitita Elkunirsa = Transcripción horru-hitita del semítico "El-qone-eres", esto es, el nombre del dios "El" más el epíteto "creadora de la tierra".
Ashtar: Possibly a male version of Ishtar (Astarte in Canaan), the Venus Star. When Baal was killed by Mavet, Asherah had Ashtar, her son, placed on the throne. However, Ashtar was not big enough to fill the position, and resigned (quite possibly a relation of the Venus star being the last star to shine before the Sun takes over). I believe one of his titles is Malik (the King) and other names for him are Abimilki and Milkilu.
Arsay: A da terra, deusa dos infernos e filha de Baal.
Hitit. Elkunirsa = El- | Kun | -irisha < Eresh | < Ki-An-Urash
< An-Kur-At, lit. Sr.ª *Kartu, a que pariu o monte primordial da aurora!
=> *Kian-Urkia >  Wen(ur)ush ó Winurisha => Venério ó Vénus
Se El-kunirsa, esposo de Aserdu, era em semita “El-qone-eres” que significaria a “criadora da terra” então faz sentido postular o nome da cidade de Eresh na origem do seu nome porque teria sido deusa desta cidade como Ereshkigal.
A crença de que Vénus era o pai de Eneias não e assim tão mítica quanto se julga e parte da mitologia romana deve ter sido mesmo de origem hitita se é que não temos que aceitar que toda a antiga magna Grécia mais não era que uma antiga colónia minóica da era dourada de Saturno!

Ver: PENELOPE (***)

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Figura 5: Nereu, um dos avatares de Poseidon. Se Doris foi um avatar de Afrodite/Ishtar então comprovar-se-á que Anfitrite foi também uma variante do nome de Afrodite.
Na verdade de Venéreo a Nério vai apenas a apócope do Ve-, situação que se justificaria facilmente apelando para a virtualidade duma arcaica Deusa Mãe de nome *Kian-Urkia, expressão dedicada à montanha mística entre a terra e o céu no topo da qual se sentava majestosa a Lua, a guerreira da terra a quem os lobos em cio rezavam uivavantes! De *Kian-Urkia se chega facilmente a Afrodite passando por Libitina!
Hitit. Elkunirsa > *Kian-Urkia > Anki-Urkiha > Anphurkiki.
                            ó Phen-Kuria > Wen(us)-Iría > Venília > Vinalia.
Ardea < Hartheia > Cardea.
Se o culto de Vénus veio da Ardea, que seguramente devia o nome à deusa Cardea, esposa de Jano, é quase seguro que Vénus teria sido patrona desta cidade e, como tal, teria sido ou a própria Cardea, ou filha desta.
Lavinia = Earth- and fertility- goddess. In myth she was the daughter of Latinus and Amata. Her father betrothed her to Aeneas even though she was engaged to Turnus, king of the Rutuli. War soon erupted between Turnus and Aeneas, resulting in the defeat and death of the former. Aeneas founded Lavinium in her honor.
                                   = La-Venia = Venu-la, lit. Vénus, a muher!
Lavinium < Lavinia < Rawina < *Ra-Kin, lit. “esposa de Ra” < *Urki-Ana.
Latium < Rathiu, Lit. “deus Ra < *Urki, a terra dos filhos da Lua, a esposa de Satrurno > Latinu < Lakinu < *Ra-Kin
Os mitos históricos de transmissão oral são quase sempre pouco fidedignos no que respeita à veracidade dos nomes que quase sempre se repostam a trindades mítica. No caso de mitos fundadores estas entidade míticas seriam quase sempre deuses primordiais pelo que no caso vertente Amata seria a “deusa Amata”, ou seja, literalmente Tiamat. Latino seria evolução do nome do deus Ra que mais não seria do que uma das formas fonéticas de Uraz, variante de Urano e um dos heterónimos de Enki. Continuando esta linha de raciocínio, Lavinia seria *Urkina, a deusa da Lua, ou seja Istar, ou Afrodite Urânia, filha de Enki / Urano, e portanto, uma forma de Vénus, que assim se revela filha de Cardea enquanto esta se manifesta esposa de Jano que teria sido também Enki / Ra.
Figura 6: Vénus Felicitas.
Goddess of beauty, fertility and love. Venvs Libitina. An aspect of Venvs associated with extinction of the life force. The Roman goddess of love and beauty, but originally a vegetation goddess and patroness of gardens and vineyards. Later, under Greek influence, she was equated with Aphrodite and assumed many of her aspects. Her cult originated from Ardea and Lavinium  in Latium. The oldest temple known of Venus dates back to 293 BC, and was inaugurated on August 18. Later, on this date the Vinalia Rustica (lit as festas de Venus *Rustica) was observed. A second festival, that of the Veneralia), was celebrated on April 1 in honor of Venus Verticordia, who later became the protector against vice. Her temple was built in 114 BC. After the Roman defeat near Lake Trasum in 215 BC, a temple was built on the Capitol for Venus Erycina. This temple was officially opened on April 23, and a festival, the Vinalia Priora, was instituted to celebrate the occasion. (...) Venus was also the mother (by Mercury) of Cupid, god of love.
She was the goddess of chastity in women, despite the fact that she had many affairs with both gods and mortals. As Venus Genetrix, she was worshiped as the mother (by Anchises) of the hero Aeneas, the founder of the Roman people; as Venus Felix, the bringer of good fortune; as Venus Victrix, the bringer of victory; and as Venus Verticordia, the protector of feminine chastity.
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Venus is also a nature goddess, associated with the arrival of spring.
Venus | Erycina < Ary-kina < Kur-Hiki-An > *An-kur-kiki => Afrodite.
Venus | Felicit(as) < Felix < Pherix < Kerish => Ishtar => *An Kur-kiki = Afrodite.
Venus | Genetrix < Djiani-tarix < Ishanu-Kurish > Kiki-An Kur-Kiki => Kiki é Afrodite?.
Venvs | Libitina < Urwitiana < *Urwatanu < Kur-kiki-an = *An-kur-kiki = Afrodite.
Venus | Rustica < Urash-Kika < *Ish-kur-Kika + (An) => Kiki-An Kur-Kiki = Kiki é Afrodite.
Venus | Verti-cordia < | Werti < Pher-Thi < Phur-ki < Kurki | + Kur-Deia, lit. «a deusa de coração verde»? como a *Kiphura do Kur ? <= Kur-ki-Kur-Kiki + An => 2(*An-kur-kiki) = redundância de Afrodite.
Venus | Victrix < Wika-tarix < Kiki-Kur-Kiki + (An) => Kiki é Afrodite.
Egipt. Nefert < Nefer-et < An Pher-ish > Felish > Felix.
As Vinalia (rústica) eram festas das vindimas consagrada à deusa dos amores que promoviam o precioso líquido que fazia jus à expressão: «vinum laetificat cor homnis»!
Vénus Libitina (< Urwi |< Urphi < Kar | Kikina > An Kar kika > Afrodite)
Veneralia, lit. festas de Verena & do Verão > «Venerar» => «Venalidade»!
Assim, se a má fama da venalidade de Vénus que advém dos seus amores mercenários com os recrutas de Marte a verdade é que o nome que os lusitanos lhe puseram deriva da sua relação com o vinho e com a poda dos vinhedos que tinham por patroa a deusa Puta, quiçá não apenas de nome pois seria uma variante floral de Vénus.
Ainda outra deusa latina da mesma geração semântica de Afrodite terá sido Fibruata.
Fibruata = In Roman mythology, was the oracular goddess of love's passion. She who calls forth animals from their winter hibernation. ”
Poucas situações terão uma conotação sexual tão sugestiva como a imagem virtual da deusa Fibruata no acto febril de acordar animais duma longa hibernação. Ora, esta faceta própria da arte venatória que antecede a pastorícia, terá sido também um dos componentes presentes nos cultos fálicos relacionados com a deusa das *Kafuras cretenses que foi *Kartu.

Ver: FORTUNA (***)

Fibruata < Phiwur-at(a) < Ki Kurash > «Zigurate», o altar da *Kafura!
                        Ki-*Kartu < Ki-Kur-kiki => Afrodite.

VOLGIVAGA

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Figura 7: Perfil de Vénus de Milo, a meio corpo.
Ainda uma outra deusa latina com origem virtualmente idêntica foi a deusa da felicidade, que, se supõe depender afinal também do amor. Porém, o mais estranho conceito mítico, relativo à deusa do amor, vamos encontrá-lo em Volgivaga, na medida em que esta nos fornece o elo de ligação de Vénus /Afrodite com Apolo por intermédio dum não menos estranho dos seus epítetos, Apolo Hecatebolo. Se a Afrodite de Milo é célebre por ser aquela Vénus que «perdeu os braços porque mexiam muito» (J!), de forma mais séria diríamos que o conceito de Vénus Volgivaga (= Afrodite Ambologera) nos reporta para uma antiga tradição oriental na qual as deusas do amor eram aladas.
Assim era Inana, a mais arcaica das Deusas Mães, bem como Turan dos etruscos que por serem mães e esposas lunares de Enki, o «deus menino» solar, deambulavam no céu e tinham necessariamente que ser «volúveis» (como todas as mulheres?!) e ter asas mas...de borboleta.
Volgivaga < Bol-Ki-Waka, lit. «a vaca voadora da Terra (Mãe), do tipo dos touros alados da iconografia acádica < Ki-kaka *bol => Hecatebol*, a lua «noctívaga».
De facto, Volgi-vaga aparenta-se com termos relativos à lua «noctívaga» e que «vagueia» entre as sombras da morte inevitável e «divaga» entre os sonhos da verde esperança que acompanham a Primavera!
Em boa verdade, não se vê como é que Volgivaga significaria literalmente «la traviata», a «vadia extraviada» enquanto «la qui fait le trotoir», senão na medida em que o étimo *vol/bol, presente na raiz *pol/bol do nome de Apolo Hecatebolo, estava contido na semântica do primeiro de voo, enquanto movimento no céu, e depois de qualquer movimento em geral.

E são precisamente estas divagações linguísticas que nos fazem concluir que a maioria dos termos da linguagem provêm das épocas mais remotas da oralidade e são derivações, por analogia e por metáfora, de frases e pedaços de conceitos relativos a invocações mágico-religiosas que teriam sido usadas outrora em cultos míticos muito mais arcaicos, elaborados numa linguagem monossilábica estruturalmente muito mais simples e intuitiva, e, por isso, muito mais facilmente universal do que as linguagens posteriores à confusão das línguas do «mito da torre de Babel».
A persistência fóssil destas estruturas linguísticas arcaicas nos nomes e epítetos dos deuses antigos releva da lei universal do conservadorismo empedernido de todas as instituições culturais, particularmente quando mágico-religiosas ou dependentes da oralidade. De facto a única garantia que as culturas da oralidade tinham da reprodução fiel do que fora positivo no passado era o apego fanático à tradição como única estratégia disponível contra a lei natural da entropia da memória que tende para a rápida e progressiva morte informativa por esquecimento e amnésia.

Sendo assim, Vénus Volgivaga seria a variante latina, na mesma linha ressonância étmica do conceito de Afrodite Ambologera.
Salambo = De características similares a las de Venus de los romanos, tuvo un templo en el sitio donde actualemente se halla la ciudad de Sevilla, España, y los atributos de la deidad eran semejantes a los de la Astarté fenicia.
                                      > «Caramba»!!!
Salambo[1] < Kar-ambo < Kur + Hid. Ambica > *Kurenkika ó Afrodite.
                                     > *Ambo-ger-ki ó Volgivaga => Am-Bol(o)-ger(a).
Dito de outro modo, Apolo Hecatebolo significa, tão-somente, Apolo, marido da deusa noctívaga e lunar que era Hecate, e ambos aqueles que deambulam no céu. Apolo Hecatebolo como sol e Vénus Volgivaga / Afrodite Ambologera como a lua. Afinal Vénus/Afrodite era a irmã lunar de Apolo e portanto um avatar de Diana/Artemisa.
Este mesmo étimo *vol mantém-se no nome da deusa do prazer sexual que era Voluptas,
Volupia - "lust". A Beautiful woman, enthroned with Virtue at her feet.
Vol-uptas < Wor-Auphit(as), lit. “a cobra voadora” que eram os crescentes lunares < K(a)ur Kau-kit = Kau K(a)ur-Kiki => Afrodite!

FORDICALIA

Fordicalia Sacred to the Goddess Tellus, the Earth Mother, the Fordicalia seems a particularly gruesome form of sympathetic magic to modern eyes. Thirty-one pregnant cattle, one for each of the Curiae of the city plus one for the Capitol, are sacrificed, and their unborn calves are burned. In this way, the fertility of the cattle is encouraged to pass to the earth itself. The ashes of the sacrificed calves are then taken by the Vestal Virgins for use in the Parilia later in the month.
Fordicalia = Fordic + alia, lit. «as festas da deusa virtual *Fordica» de nome não muito distante do Deusa Mãe ibérica Frobida mas que já era desconhecida como tal pela mitologia romana que nos ficou registada. No entanto, para que a virtual *Fordica fosse quase Afrodite só teria sido necessário que tivesse tido também *Afordica o que corresponde a um passo fonético muito curto, pelo que ficamos com a convicção de que Afrodite foi inicialmente a Deusa Mãe nascida da espuma das águas do profundo mar primordial péri-mediterrânico.
Com óbvias ressonâncias e conotações de fertilidade com Afrodite existiram ainda no panteão romano:
v    Fluonia (< Phru-anya < An-kurya, deusa tipicamente feminina por ser um epíteto de Mena, a deusa da menstruação) e
v    Frutesca (< aphrodesica < Kurkishca > Iscur-ica, relativa a Ishtar, = Inana a «adeusa da boa e farta fruta»);
v    Fulgora (< Frukaura < Kurkura, variante da deusa da aurora votada às funções de protectora do bom tempo e dos dias soalheiros);
v    Furnax < Phur-Anash, lit. «Atenas dos curros cretenses»!
v    Furrina.
Furrina = An ancient Italian goddess who is all but forgotten in myth now. Some mythographers believe she was one of the Furies.
Etimologicamente a fonética do nome de Furrina faz-nos suspeitar que teria sido *Phur-Hurina < Phuerphurina < *Kurkurana >  o que nos reporta para uma variante purpurina de Ana Perene.
Anna Perenna. An Etruscan goddess who ruled human and vegetative reproduction. Goddess of the passage of years, the personification of the succession of the years. Represented as an old woman, her worship is celebrated by both men and women who engage in much revelry, dancing, and drinking as many cups of wine as the number of years they pray to live. Public prayers and sacrifice are also offered to ensure a prosperous coming year. It is an uninhibited day of frolic for most people. Time: the cycling year; Ovid tells of how she was go-between when Mars wooed Nerio; substituted herself, an old crone, for Nerio at the assignation; festival on Ides of March at which people drank as many glasses of wine as years they wished to live.
Ana Perene = Ana Pher-Ena, «a que transporta os deuses, de ano a ano»! Já Kur-Kurana seria «a deusa do céu que vai da montanha do nascente aos montes do poente» < Anna Furrinna < Anaphuranina < Ana-Kur-Ana.
    «Sr.ª das Furnas» > Ana-phurna > Annapurna.
Annapurna: Hindu. Goddess who provides food; she lives on top of Mount Annapurna.
Em conclusão, os latinos não se poderiam nunca ter enganado quando traduziam o nome de Afrodite por Vénus, ou seja quando encontraram em Vénus da Lavínia a mesmo entidade mítica que tinha o nome de Afrodite na Hélade, porque a composição semântica original das invocações de ambas as deidades teriam sido as mesmas! O certo é que o conceito semântico implícito no termo em proto-linguagem *Na / Ka-Kiki-Kur-Kiki não seria mais do que uma bela, intuitiva e ingénua descrição figurativa do ao ciclo solar quotidiano que começava no céu (An) do meio dia, descia ao regaço do horizonte oriental da Terra (mãe) (Kiki), passava a noite na escuridão dos infernos (Kur) para voltar a renascer no horizonte da simétrico e oposto do mesmo regaço da Terra (mãe) a Sr.ª da Aurora!


[1] E assim se compreende que a interjeição «caramba» tenha ainda conotações sexuais nos falares ibéricos!

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