segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

SÃO SALVADOR DO MUNDO, O BOM JESUS DO MONTE.

por arturjotaef (artur josé felisberto).

Por coincidência ou nem tanto vários montes importantes foram homenagens a Hermes. O coração da Lusitânia era nos montes Hermínios (< Hermi anus) que agora podemos seguramente derivar dos cultos megalíticos a Hermes e cujo nome passou para «Serra da Estrela» porque Hermes enquanto Lúcifer, andava relacionado com o culto das deusas da aurora que era Vénus, a “estrela da manhã”, quem sabe senão terá sido para ocultar a vergonha do abandono dos cultos a este deus da lusa e latina virilidade!
No Minho existiu o Ermal a recordar estes antigos cultos de masculinidade já em substituição de cultos ao deus Hércules, que se sabe terem tido importantíssima relevância nos tempos antigos das culturas galaicas da região dos brácaros, cultos estes que seriam uma variante dos cultos megalíticos a Hermes, por provável adaptação helenista.
Mas, também ao lado dos cultos herméticos e hercúleos se prestava culto à deusa mãe como e o caso do “Bom Jesus do Monte” em Braga que tinha logo ao lado, o alto do Sameiro ainda hoje local de preito Mariano.
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Figura 1: Escadório de Santa Maria Madalena na Serra da Falperra.
Porém, o conceito teológico mais importante e mais significativo para este tema é, seguramente, o que se refere à “montanha do sol nascente” que em português arcaico e mediterrânico corresponderiam ao espaço metafórico “da Torralta do Alvor” construídos no topo de colinas a que se ascendia por escadarias monumentais.
Ora, é precisamente nos estertores dos escadórios dos santuários de Braga e de Lamego que a orgia do barroco lusitano alcança um dos seus mais altos e espirituais orgasmos em homenagem à tradição da “Montanha Sagrada” de cumes gémeos da Aurora dos seios férteis e fartos da Deusa Mãe!
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Figura 2: BRAGA - SAMEIRO - ESCADÓRIO DO SANTUÁRIO.
A teatralidade barroca destas escadarias só realça ainda mais o espectáculo da Natureza que sobe da terra aos céus como a ansiedade dos romeiros.
O culto dos lugares altos não ficou confinado ao mundo sumério porque esteve presente em todo o mundo arcaico como marca genuína dos cultos à Virgem Mãe primordial e ao seu “deus menino”, o Sol que nascia e morria quotidianamente entre os dois seios das montanhas da Aurora!
Mas outras escadarias a Sr.ª do monte são e foram por este pais fora muito mais humildes mas nem por isso mesmos longas e fervorosas.
Porém, o conceito teológico mais importante e mais significativo para este tema é, seguramente, o que se refere à “montanha do sol nascente” que em português arcaico e mediterrânico corresponderiam ao espaço metafórico da “Torralta do Alvor”!
«Sameiro» < Kima urio < Urkima > Artemis => Cimeira / Cumeira.
«Sameiro» < Sha-Mer-io < Ka-Mur-(isho) > «Suméria».
                                                                  ó Kurma > Hermes.
A este respeito a tradição da «montanha sagrada» alcança um dos mais orgiásticos e orgásticos estupores no barroquismo dos santuários lusitanos construídos no topo de colinas a que se ascende por escadarias monumentais como é o caso do Bom Jesus do Monte, em Braga, e a Sr.ª dos Remédios, em Lamego.
Um pouco por toda a cristandade, mas particularmente em Portugal, os santuários de montanha e as senhoras e senhores do monte multiplica-se por toda a parte.
Os zigurate tiveram na Lusitânia, e quiçá no ocidente de influência cretense o culto alternativo às grutas com nascentes de agua pura nos cimos dos montes próximos de zonas de habitação e que por isso mesmo se tornaram em locais de romaria por serem locais de fontes santas, de lamas e se senhoras de remédios.
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Figura 3: Escadaria monumental do «Bom Jesus de Braga».
Figura 4: Bela e monumental escadaria de N.ª Sr.ª dos Remédios.

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Figura 5: Escadas de acesso a ermidas populares portuguesas protótipos dos grandes escadórios barrocos portugueses.
Os sinuosos carreiros de caminhos pedestres, aqui e ali suavizados com socalcos naturais inspiraram as primeiras escadarias monumentais que se terão começado a fazer desde tempos remotos para facilitar o acesso a estes locais sagrados de cultos de montanha e que foram seguramente a inspiração arquitectónica para as escadarias monumentais dos grandes santuários marianos de todo o mundo, umas verdadeiramente monumentais, quais maravilhas do mundo…
clip_image008[4]Figura 6: Beiral Do Lima.
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Figura 7: Escadório de Nossa Srª da Boa Morte – Correlhã.
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Figura 8: Santuário de Nossa Senhora da Peneda.
Poder-se-ia contrapor que dos caminhos sinuosos aos escadórios barrocos vai um salto arquitectónico que pode nata ter tido a ver com os zigurates caldeus cuja semelhança morfológica será meramente ocasional rematando que casos existem de importantes santuários de montanha que nunca chegaram a ter escadórios, nem mesmo naturais como é, no contexto dos santuários de devoção mariana à Senhora do Monte, o caso de Nossa Senhora do Pilar, na Póvoa de Lanhoso.
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Figura 9: Monte do Pilar, o maior monólito granítico em Portugal.
A verdade é que nem natureza pétrea e granítica do monte o não permitiria! No entanto, as capelinhas da via-sacra seriam a marca dum percurso de acesso, sagrado e sinuoso.
A antiguidade do culto dos montes cónicos, considerados como seios uterinos da Deusa mãe, podemos confirma-la em locais insuspeitos de arcaísmo como é o caso da cultura Nurage da Sardenha.
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Figura 10: Castle or Castle of Las Plassas Marmilla. Was built in the twelfth century on the ruins of a Nuragh, to defend the southern borders of the Judge of Arborea which constituted, with the Castle of Mount Arcuentu, one of the last bastions. (…) The hill in Las Plassas, famous for its breast form, apparently was named to the territory surrounding the Marmilla and had in antiquity at its peak a giant nipple through which Mother Nature gave nourishment to all the Sardinians.
Estes arcaicos locais de culto da Deusa Mãe e defesa dos seus mais aguerridos filhos teve acesso natural por trilhos de cabras em ziguezague e que a arquitectura veio a aproveitar como modero dos escadórios barrocos. Obviamente que o termo luso «ziguezagueante» deve seguramente a sua fonética ao zigurate que teria sido na origem um vulcão de lava serpentino, templo montanha do herogamos das cobras do fogo sagrado e teria, entre outros sentidos, o de ser o «monte dos seios da aurora”, A sr.ª das curvas e contra curvas, ou seja, dos «ziguezagues» que o seu acesso implicava!
Zig = levantar-se; ir por diante! Zag = borda; limite; face; fronteira; extremidade exterior; ombro; lado.
Ziguezague < Sumer Zig-Zag = levantar-se (com a aurora e «seguir» ombro a ombro) pelas bordas (dos caminhos até ao limite da extremidade exterior da fé!).
Obviamente que esta aproximação etimológica é um falso cognatismo porque o luso ziguezague não deriva seguramente de outra coisa do que do onomatopaico do voo errático do zangão, ou não! Será precisamente o contrário, ou seja que é o nome do zangão que deriva do onomatopaico e ambos, termo e realidade, que dão e recebem reforço semântico nos termos que conhecemos desde o sumério?

HÉRCULES, O BOM SALVADOR DO MUNDO OU JESUS CRISTO
O culto do Bom Jesus parece ter-se enraizado particularmente na região minhota porque lhe pré-existiria ali um culto arcaico masculino que teria tido por forma anterior a de Hércules lusitano.
Gerión, rei de Brigantium, era um tirano que obrigava os seus súditos a entregarem a metade dos seus bens, incluindo os seus filhos. Um dia decidiram pedir ajuda a Hércules. Este derrotou o rei, enterrou-o, e levantou, à guisa de túmulo, a Torre de Hércules de Corunha.
Hércules deixou uma placa votiva no Castelo de Lindoso, mas provavelmente originária da povoação castreja romanizada de Cidadelhe, onde consta a seguinte inscrição: HERCVLE com nexos em HE e VE, não se conseguindo detectar mais texto devido ao desgaste da pedra.
Na arqueologia de Braga não parece existirem vestígios do culto de Hércules. No entanto se este deus tivesse um nome explícito parecido com o equivalente grego e romano os autores tê-lo-iam referido e não seria agora o mistério que é! Na verdade, a maioria dos autores referem que o Hércules ibérico seria mais antigo que o greco-romano ou seja, o Egípcio ou mais propriamente a variante fenícia que era adorada em Cádis e do qual parecem não haver dúvidas sobre a sua relação com as duplas colunas de Hércules de Gibraltar. Quer dizer que a particularidade da mitologia deste deus seria a de ser filho da aurora, a deusa da montanha dupla! Ora, o nome dos bracaros já aponta neste sentido se não nos perdermos entretanto no apelativo dos bárbaros.
Existe muita polémica em volta da origem de Braga sobretudo por parte dos puristas que construíram a teoria de que os romanos criaram sempre cidades nos vales para obrigarem os guerreiros indígenas a abandonarem os castros fortificados das montanhas mas é quase seguro que esta teoria como quase todas as regras teve muitas excepções válida sobretudo para o caso dos castros já de si perto de vales como seria o caso do castro da freguesia da Cividade da cidade de Braga que terá sido sempre isso mesmo, o grande centro citadino dos brácaros que os romanos respeitaram e aproveitaram para transformar em cede do poder romano. O mesmo terá acontecido com a cidade de Lamego que tem o seu castro inscrito no centro do castelo da cidade.
Bracara Augusta situa-se no topo de uma colina, e não à beira rio ou perto de campos férteis condições típicas nas fundações de cidades romanas, essas condições existem a poucos quilómetros na zona ribeirinha do rio Cávado. Os historiadores de opinião contrária criticam esta teoria, pois a colina de Cividade é de relevo suave a Sul, não possuindo grande desnível. O astrónomo e geógrafo grego Claudius Ptolemeu (c. 85 – c. 165), em meados do século II, referiu na sua obra - Geografia (8 v.) -, que a cidade de Bracara Augusta era anterior à dominação romana. Recentemente a descoberta ao acaso de um Balneário pré-romano em Maximinos (freguesia adjacente) relançou a questão. No entanto, esta questão está longe de ser resolvida, dado que o presumível castro situa-se no centro histórico de Braga sob Monumentos Nacionais o que impede a realização de pesquisas arqueológicas profundas. É também de relevo o facto do local ser habitado continuamente há mais de dois mil anos, e palco de grandes guerras e destruições, o que alterou substancialmente o local.
Ora bem, o nome dos bracaros pode ter derivado da cidade de Braga cujos habitantes teriam sido apenas os Bracai, literalmente os habitantes da cidade ou seja da actual freguesia da Cividade e que deram origem ao nome de Braga.
Warca é o nome moderno da antiga cidade suméria de Uruk e Varca seria nome genérico de cidade de que resultaram cidade famosas como Warca na Polónia, Varsóvia, Carcóvia senão mesmo Caracas. Quer isto dizer que para os povos montanheses que circundavam a cidade de Braga esta seria simplesmente a cidade…tal como entre os celtas foi o termo burgo e entre os lusitanos briga. De facto de Briga a braga vai um pequeno salto. O facto de o grande general cartaginês Amílcar Barca ter sido derrotado pelos Lusitanos tal não significa que entre estes e os cartagineses não pudesse existir uma antiga e prolongada identidade linguística e cultural desde os tempos dos fenícios e ainda antes desde os tempos minóicos. Na verdade, os povos em volta de Braga seriam da tribo dos Gróvios, supostamente de origem grega…ou mormente cretense. Assim, suspeita-se que o nome de Bracara Augusta tenha sido fabricado pelos latinos com medo de Amílcar Barca corrompendo o nome da cidade que seria apenas Barca como muitas outras que ainda há por esse Portugal fora, de Ponte da Barca, Barcelos e Barca d´Alva… porque ao longo dos tempos houve várias "pontes das barcas" construídas para determinados propósitos, como a rápida deslocação de contingentes militares, mas nunca terão sido suficientemente seguras e duradoiras para substituírem pontes firmes de pedra como as que os romanos sabiam construir com a mestria de supremos sacerdotes porque de outro modo a travessia ente margens se terá feito sempre com recursos a jangadas, barcos, barcas ou barcaças.
Barcos: Barc. Diz DO-1, p. 218, de Barco(s) ser «topónimo frequente, quase sempre no interior»: e, no entanto, logo afìrma vir «do subst. masc. em referência ao que dava passagem em cursos de água daquelas localidades» (Barco, Barcos) : «difícil, no entanto, de aceitar esta explicação para casos como o de Tabuaço, longe do Douro>>, para o que logo manda ver a GE-38, p. 815.
Refere-se ao que aí deixei escrito: «Barcos é topónimo de explicação difícil, pois que o lugar está longe do Douro, dele até separado ou oculto pelo alto monte do Vento, e junto dele apenas corre um pequeno ribeiro», o qual «jamais podia sequer chamar à imaginação a ideia de um barco». Nada mais – eu e, por mim, ele. Não se pode – em meu ver – invocar a raiz pré-romana bar(c), bar(g), signifìcativa de altura e depressão: a toponímia é ciência de particularidades – repetidas, mas particularidades sempre, e daí a repetição dos nomes, em si ou suas flexões e derivados: ora a topografia de Barcos em nada se distingue da da região ou nesta se particulariza: não é, pois, na topografia, também, que devemos procurar a solução ou etimologia, a significaçào. Ora reparo que temos em limitações em 911 «ad barca sculta in petra» DC 14 (em LF 19 «ad arca», porém), e em 110' e 1109 «illa barchal» DP-3, n.º- 180 e 33', isto é, o colectivo «barcal», se bem que os marcos não se costumassem em grupos; mas podia suceder este, portanto. Daí em 818 «villa per marcas certas et sinales». Assim, «marca», de origem germânica e signiíìcando extrema ou limite, teria evoluído a «barca» (cp. lat. musculu- > <<bucho», melanca > pop. «belancia», etc.). De «barca», ter-se-ia derivado «barco», nesse sentido: sinal divisório.
Quanto ao topónimo principal da freguesia, Barco, deve estar relacionado com a passagem por aqui de uma embarcação, em tempos recuados, e que ligava as duas margens do Zêzere. Mais importante esta barca se tornava quando é certo que a maioria dos terrenos aráveis da povoação se localizavam na margem contrária. É a única freguesia do centro e sul do país com este nome. No norte, existem seis "barcos", uma freguesia (em Guimarães) e cinco lugares (nos concelhos de Barcelos, Penafiel, Peso da Régua, Ponte de Lima e Resende).
Barca é freguesia muito antiga do Concelho da Maia. Há quem defenda que este topónimo deriva de abarca termo que significa veiga, isto é, planície cultivada e fértil. Há ainda quem, como Manuel Gens, autor da terra, creia que em tempos remotos o pequeno Rio Almorode tenha aí tido uma enseada.
Ponte da Barca, antigamente, apenas se chamava Barca, nome que lhe veio da barca de travessia do rio. Esta obrigou a construir a casa do barqueiro, levantando-se depois outras para os que se dedicavam ao tráfego fluvial e para acolher os transeuntes, sobretudo os peregrinos de Santiago de Compostela.
A povoação da Barca, topónimo primitivo de Vila Nova da Barquinha, foi fundada em finais do século XVII.
O lugar de Barca d’Alva foi erguido sobre um “locus” romano. Poderá ter sido um porto de acesso para a cidade romana de Aquae Flaviae. Este topónimo é proveniente de uma antiga barca que fazia a ligação entre as duas margens do Rio Douro, com a vila de Barca d’Alva que existia na margem transmontana.
O nome da cidade de Valência parece fugir a uma origem arcaica com ressonância locais.
El nombre propio Valencia viene del latín Valentia . Varias ciudades de fundación romana llevan este nombre. En España principalmente tenemos Valencia, la ciudad situada en el levante a orillas del Mediterráneo, fundada en el 138 a.C. por el cónsul Junio Bruto para asentar en una isla fluvial del río Turia a los soldados veteranos suditálicos, licenciados tras la guerra celtibérica. Pero hay otras en España, hoy municipios de menor tamaño, como Valencia de Don Juan o Valencia de Alcántara. También hay Valença en Portugal y Valence en Francia, y aparte de algunas otras en Europa, el nombre latino fue importado a América, donde hay muchas localidades llamadas Valencia fundadas por gentes de origen hispano, en Venezuela, en Nuevo México, en California, etc.. Incluso hay una en las islas Filipinas. También en Brasil hay varias localidades llamadas Valença. (…)
Pero a partir de la segunda mitad del S. III a.C., el fuerte contacto con los griegos y en parte la admiración de ciertos sectores intelectuales romanos por la cultura griega, empezó a buscar artificiales vinculaciones lingüísticas entre el latín o los nombres autóctonos con los vocablos griegos, tendencia que nunca dejó de obsesionar a algunos. Es así como muchos empezaron a defender e incluso a escribir, artificial y erróneamente, que "Roma" venía de la palabra griega ρώμη, que significa "fuerza, vigor, robustez física", incluso "valentía".
Ora bem…pode até acontecer que assim seja mas também pode acontecer que o mesmo vício intelectual dos romanos do sec. III seja o mesmo dos latinistas modernos que tudo tendem a reportar quanto a etimologia a erros romanos, como se os falantes locais não tivessem uma última palavra a dar no uso e abuso que davam aos topónimos mais comuns. Se Valência ficou com nome parecido com termo latino com semântica idêntica à que se supunha para Roma é porque não podia tomar nome de “nova Roma” porque…já teria nome próprio.
«Velência» = Terra da Velentia ou seja, da deusa *Valena.
*Valena < Wer-Ana, esposa do Verão < Ker Ano = Mãe Karena > Macarena.
                                  > Verona > Belona = Acadic. Belet-Ili.
Verona é uma bem conhecida cidade italiana supostamente de origem etrusca…ou gaulesa!
Belona era uma deus romana da guerra de provável origem celta e por isso a mesma que a minervina Belisama, esposa do deus celta Belano, Belen, Belenus, Belinus, Bellinus Bélénos, Belennos, Belenos, Bel, Bilé.
A tese de que a Valentia seria um equivalente semântico do nome de Roma em grego parece ser rebuscada em demasia!
De resto tirando a brasileira Nova Roma do Sul parece que os romanos nunca tiveram a coragem de nomear nenhuma porque Roma há só uma…a capital do império romano e mais nenhuma. Constantinopla só foi Nova Roma eclesiasticamente mas nunca ninguém deu por isso porque era já Bizâncio e acabou por ser Istambul. De parecido com o nome da cidade de Roma os romanos deixaram pelo mundo da pax romanorum apenas a Roménia onde nem a mero propósito existe a sul a grande região da Valáquia que durante século serviu de tampão contra a expansão árabe a na Europa oriente.
The name Wallachia, generally not used by Romanians themselves (but present in some contexts as Valahia or Vlahia), is derived from the word "walha" used by Germanic peoples to describe non-Germanic speaking "foreigners". In northwest Europe this gave rise to Wales, Cornwall, Wallonia, among others, while in Southeast Europe it evolved into the ethnonym Valach, used to designate Germanic speakers' Romance-speaking neighbours, and subsequently taken over by Slavic-speakers to refer to Romanians, with variants such as Vlach, Blach, Bloc, Bloh, Boloh etc.
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Figura 11: Walhaz (ᚹᚨᛚᚺᚨᛉ) is a reconstructed Proto-Germanic word, meaning "foreigner", "stranger", "Roman", "Romance-speaker", or "Celtic-speaker". The adjective derived from this word can be found in German: welsch, Old High German walhisk, meaning "Romance", in Old English welisc., wælisc., wilisc., meaning "Romano-British" and in Old Norse as valskr, meaning "French". Thus it will be derived from an Proto-Germanic form such as *walhiska- (…).
The term was used by the ancient Germanic peoples to describe inhabitants of the former Roman Empire, who were largely romanised and spoke Latin or Celtic languages.
Este facto reporta-nos para a verdade incontornável de que antes e ao lado do latim e das línguas celtas existiram os falares dos povos germânicos que todos supostos indo-europeus teriam inevitavelmente um fundo étmico comum…quase seguramente derivado do império hitita, particularmente da sua variante neo-hitita desenvolvida em torno do lago Van.
Walh is probably derived from the name of the tribe which was known to the Romans as Volcae (in the writings of Julius Caesar) and to the Greeks as Ouólkai (Strabo and Ptolemy).
Traditional etymologies have attributed Volcae to a word akin to Welsh golchi 'to wash' and Irish folc 'to bathe' (Proto-Celtic *wolkio-), making this tribe the 'river people' after a rough semantic adjustment. A more likely scenario is that this or a cognate in Pannonian Illyrian was used to name the river Volcos, from which the Volcae took their name.
C. W. von Glück derived the name from a word related to Old Irish folg 'agile, energetic'.
Pierre-Yves Lambert donne quelques hypothèses: un équivalent du germanique *folkam (anglais folk, allemand Volk) et signifiant «les peuplades», un équivalent du grec λύκος «loup» ou encore une forme du nom du «faucon» qui serait également l'origine du gallois gwalch 'faucon'.
Xavier Delamarre ne reprend pas l'idée d'un étymon signifiant «les peuplades» et conteste l'explication par l'indo-européen *ul?k^(w)os 'loup' qui est pour lui impossible, car ne tient pas compte de la phonétique et devrait aboutir à quelquechose comme **ulipos en gaulois. Il évoque par contre l'hypothèse d'une étymologie par le thème indo-européen *g^(w)hel- / *g'huel- '(re)courber', d'où *ghuol-k- / *ghu?l-k- à l'origine du nom du «faucon».
Les mots volcos, volca désigneraient donc «le faucon» et on les retrouve dans les noms de personnes Catu-volcos, comparable au gallois cadwalch 'héros', 'champion', 'guerrier'; Volcius; Volcenius; Volcinius; Volcacius, etc. Le nom est équivalent du latin falcō, possiblement d'origine germanique, et le mot latin falx 'faux', d'après la forme du bec.
Les Volcians (latinisé en Volciani) étaient un peuple celte de la péninsule Ibérique. Ils sont mentionnés par Tite-Live dans son Histoire romaine (Livre XXI) et localisés au nord de l’Èbre.
Les Volsques appartiennent aux anciens peuples italiques. Ils se sont illustrés au premier siècle de l'histoire de la république romaine. Leur territoire était une zone de collines et de marécages au sud du Latium, bordé au sud par celui des Aurunces et des Samnites, à l'est par celui des Herniques; il s'étendait de Norba et Cora au nord jusqu'à Antium au sud.
Que teria o nome da deusa Belona a ver com os diversos povos de Valões que houve pela pré-história? Possivelmente quase tudo porque valões seriam nem mais nem menos que os “varões assinalados” pelos góticos como estrangeiros porque os vilões da história são sempre os outros! Mas seriam também “varinos” e por isso marinheiros capazes de fundarem cidades costeiras como Valência e Barcelona.
Como decorre de outros contextos o mitema da “dupla montanha da aurora” relativa à deusa mãe a quem se sacrificavam estrangeiros em locais altos reporta-nos para o conceito prático de povos serranos, longínquos e por isso bárbaros e estrangeiros pelo que o termo gótico walhaz seria equivalente do acádico barbaru o que nos deixa a suspeita de nem sequer derivar do nome das tribos dos valões que mais do que serem causa foram consequência deste mitema.
Walhaz < *walh(iska-) < Walha < War-la < War-War < Kur-Kur > barbaru.
Kur-Kur ≡ Kur-Kian > Vul-Kian > Vulcan > Vulcano > «Vulcão»
                                                      > persa Balkhān > «Balcãs» > «Balcão»!
O mitema da “montanha dupla” não está foneticamente patente no nome de Valência nem no dos Valões embora se possa suspeitar que esteve indirectamente na medida em que uma variante deste mitema pode ter sido o «balcão» que, como é evidente está formalmente patente na mitologia arquitectónica soa escadórios monumentais dos santuários lusitanos e…nos zigurates.
Supõe-se que o termo «Balcãs» tem origem da palavra turca para montanha que por sua vez derivaria do persa Balkhān que seria o mesmo que montanha ou local alto!
Claro que o para arranca das teses pró indo europeias impede uma forma alternativa expedita de pensar a etimologia para além deste pequenos passos etimológicos oficiosos com os quais nunca se chega a lado algum perdendo etapas importantes por imperdoável distracção.
Claro que *wolkio- tem tudo a ver com o deus latino Vulcano nada impedindo que este não tenha tido muito a ver com hidrónimos porque muitos rios de lava nascem perto de vulcões partilhando com estes a mitologia serpentina e draconiana que foi tema e lema da civilização minóica. O Kur dos sumérios, de que deriva o nome de Vulcano, ainda é nome de rio no Cáucaso (por culpa ou não do senhor Kúrosh, Ciro o Grande) e do rio da cidade russa de Kursk.
O rio Volga é, com os seus 3688 km, o mais longo rio da Europa, e também o maior do continente em caudal e na área de bacia hidrográfica.
O Varta (polonês: Warta, alemão: Warthe) é um rio no centro-oeste da Polônia, um afluente do rio Oder.
No entanto não deixa de ser espantoso que na pesquisa da etimologia do nome dos Volcae se deixe de lado o rio Volga com o qual esta tribo nada teria provavelmente a ver e se aponte como possível origem o hidrónimo do desconhecido rio Volcos da Panónia. Obviamente que se fosse pela via dos hidrónimos teríamos também que fazer derivar todos os diversos povos aparentados com os Volcae, o rio Varta fazendo com que afinal tivessem existido valáquios por toda a Europa do Volga à península Ibérica passando pela Itália onde teriam dado nome ao deus supremos dos Etrusco, se a mitologia andasse de facto às arrecuas!!!
·  Ulcisus mons, Ulcinium (city), Ulcisia castra; cf. Eng. wolf, Old Alb. ulk, Alb. ujk, Avestan vəhrkō, Persian gurg, Skt. vṛkas, Old Ch. Slav. vlŭkŭ, Russ. volcica, Lith. vil̃kas, Lat. lupus, Gk. lýkos
·  Volcos, river name in Pannonia; cf. Old Ir. folc "heavy rain, wet weather", Welsh golchi "to wash", obsolete Eng. welkin "cloud", Old High Germ. welk "moist", Old Ch. Slav. vlaga "moisture, plant juice", vŭlgŭkŭ "wet", Latv val̃gums "wetness", Alb ulmej "to dampen, wet".
Vulci ou Volci foi uma das mais importantes cidades da antiga Etrúria, localizada cerca de 80 km ao noroeste de Roma, na Itália central. O nome também designava uma das tribos etruscas. É também um importante sítio arqueológico, tendo sido encontrada ali uma grande necrópole e restos de vários edifícios, contendo grande quantidade de objetos e obras de arte.
Bolsena is a town and comune of Italy, in the province of Viterbo in northern Lazio on the eastern shore of Lake Bolsena.
While it is fairly certain that the city is the successor to the ancient Roman town of Volsinii (sometimes termed Volsinii Novi – New Volsinii – to distinguish it from the Etruscan city), scholarly opinion is sharply divided as to whether Volsinii was the same as the ancient Etruscan city of Velzna or Velsuna (sometimes termed Volsinii Veteres – Old Volsinii), the other candidate being Orvieto, 20 km (12 mi) NE.
Volsinii or Vulsinii (Etruscan: Velzna or Velusna; Greek: Οὐολσίνιοι; Οὐολσίνιον), is the name of two ancient cities of Etruria, one situated on the shore of Lacus Volsiniensis (modern Lago di Bolsena), and the other on the Via Clodia, between Clusium (Chiusi) and Forum Cassii (Vetralla). One was Etruscan and was destroyed by the Romans in 264 BC at the conclusion of an attempted revolution by its slaves. The second was founded by the Romans using the remainder of the Etruscan population rescued from the razed city.
Modern Bolsena, Italy descends from the Roman city. The location of the Etruscan city is debated.
Na mitologia etrusca, Voltumna ou Veltha era a deidade ctônica para a terra, que se tornou o deus supremo do panteão etrusco, o deus Etruriae princeps, de acordo com Varro. O culto a Voltumna estava centrado em Volsini (atual Orvieto) uma polis da civilização etrusca no norte da Itália.
A união das vinte populi etruscas era renovada anualmente no grove sagrado do Fanum Voltumnae, o santuário de Voltumnus situado próximo a Volsinii (atual Bolsena), que foi mencionado por Tito Lívio. No Fanum Voltumnae ludi eram celebrados, ainda que a sua natureza exacta, se atlética ou artística, seja desconhecida.
No fórum romano, próximo ao templo de Castor e Pollux se situava um santuário dedicado a Voltumna na Vicus Tuscus.
Era o equivalente ao deus romano Vertumnus.
Vertumno, inicialmente uma divindade etrusca, foi mais tarde também adorada como divindade na mitologia romana. Deus dos jardins e dos pomares, casado com a deusa Pomona, presidia à mudança das estações - particularmente ao Outono. Com Pomona, envelhece e rejuvenesce ao ritmo das estações.
Ora, Vertumno, o deus latino das estações e das horas reporta-nos para o étimo do deus caldeu Wer que acabou Bel na babilónia, Baal na fenícia e Belenos entre os celtas e teria sido *Kertu no mar Egeu, senhor da cidade como Melkarte, o Hércules fenício.
El origen del nombre de Barcelona es desconocido y existen diversas teorías y leyendas que intentan explicarlo. Se sabe que había una ciudad ibérica original, de la tribu de los layetanos, conquistada por Cneo Cornelio Escipión,9 que posteriormente se convirtió en una colonia romana, puesta bajo la protección de Cayo Julio César y de Octavio Augusto, que recibió el nombre de Colonia Iulia Augusta Paterna Faventia Barcino.10 
El nombre evolucionó durante la Edad Media conociéndose la ciudad con los nombres de Barchinona, Barcalona, Barchelona, y Barchenona.
Una de las leyendas sobre el origen de Barcelona alude a su supuesta refundación por el general cartaginés Amílcar Barca tras conquistar el enclave ibérico después de su desembarco en Hispania, mientras que otra versión se lo atribuye a su hijo Aníbal Barca, pero no existen pruebas documentales de esta vinculación entre los nombres de la familia cartaginesa Barca y la ciudad que sería conocida como Barcelona.
Hay otras explicaciones para el nombre de la ciudad, como la que sostiene que proviene del período fenicio, teoría sostenida por la inscripción en escritura ibérica Barkeno en escritura íbera encontrada en una moneda.
Aníbal Barca era el hijo mayor del general Amílcar Barca y de su mujer ibérica.19 20 Aunque «Barca» no era un apellido, sino un apelativo (de barqä, "rayo" en lengua púnica), fue adoptado como tal por sus hijos.21 Los historiadores designan a la familia de Amílcar con el nombre de Bárcidas, a fin de evitar la confusión con otras familias cartaginesas con los mismos nombres (Aníbal, Asdrúbal, Amílcar, Magón, etc.).
También existe una leyenda que da una explicación mitológica al nombre de la ciudad. Según esta leyenda, Hércules se unió a los argonautas tras acabar con su cuarto trabajo para ayudarles a buscar el Vellocino de Oro, pero al pasar cerca de la actual costa catalana una tormenta dispersó las embarcaciones que formaban la expedición, y al terminar faltaba la novena.
Quer dizer que muito antes dos persas já existiria o mitema balcânico que já seria Barkeno na Península Ibérica como possível variante do mitema da dupla montanha de Hércules porque as portas do inferno sempre teria sido no “país do ocidentais” fosse em Gibraltar fosse em Compostela…fosse mesmo em *Barkerora.
Os barcidas cartagineses em vez de terem dado nome a Barcelona teriam derivado o seu apelido desta cidade de onde era a esposa de Aníbal Barca. De resto Barcelona seria denominada nas duas variantes do mitema da montanha dupla da deusa mãe de Hércules, ou seja como Barkeno ou Barkerona, única explicação plausível do nome actual.
«Barcelona» < *Barkerora < Bar-Kerauna < Kar-Ker < Kur-Kur => Hércules
                                             > War-Kar > Barcara > Bracara > «Braga».
Por sua vez, os gróvios em volta da cidade de Braga seriam serranos ou bárbaros e por isso…barbaru / barkaru que os romanos apelidaram de forma estranha como bracari.
Que estes bracari teriam templo dedicado a Hércules no actual monte Espinho onde fica o bom Jesus é um a tese de fé que apenas tem a seu favor o parecer bem e ser plausível.
A relação falcónida de *wolkio- com o nome dos valões não estará inteiramente fora do contexto como não o terá estado também o lobo e o vulcão!
Afinal, Hórus, que deve ter sido o Hércules Egípcio, mais do que o carneiro Hereshefe, era um falcão.
Herwer also Harwer, Herur, Horus the Elder, Greek Haroeris.
Herwer was originally a sky-god, later he took on the role of Eye of Heaven, i.e. of the sun. At times it is impossible or at least difficult to distinguish Herwer from other forms of Horus. In the Book of the Dead it is Herwer, the Elder Horus, who fights Seth for the supremacy over Geb's realm, while in the Contendings between Horus and Seth it is Harsiese, the son of Isis and Osiris, competing for his father's inheritance. But the two forms are virtually inseparable in the Osirian myth. Like other Horus deities Herwer was a falcon god, depicted as a human with a falcon head, wearing the Egyptian crown. He was a war god and had cult centres in many places.
Haroer-is < Harwer < Herwer < Herur
                  > Her-Ker-ish > Hércules.
Se Harsafes de Heracleópolis Magna teve algo a ver com o mitema de Hércules da poderosa montanha dupla por ser o deus que está sobre o lago primordial com o seu poderoso «carallium» é porque já tinha uma relação com a forma restritiva que vamos desvendar adiante na variante balcânica.
Harsaphes < Herishef < Harakhte < Harsomtus < Harendotes
> Harpa-Khruti (Horus the Child) = Harpokrates.
Harakhte, Hórus dos dois horizontes.
Harsomtus, «Horus unificador de las Dos Tierras», es un dios creador en la mitología egipcia. Nombre egipcio: Hor-sema-tauy. Nombre griego: Harsomtus. Es la asociación de dos dioses distintos: Horus y Somtus
Harendotès est un dieu égyptien. Ce nom est la forme grecque de l'égyptien Hor-nedj-itef dont il y a plusieurs traductions possibles ; la plus classique est Horus, protecteur (ou sauveur, ou défenseur) de son père. Mais le mot égyptien nedj contient une connotation de piété filiale, de défense des intérêts paternels. La traduction Horus, curateur de son père reprend donc le terme légal.
A adaptação imaginativa dos egípcios em relação a mitemas arcaicos não deve ter sido menor que a dos gregos de Ptolomeu no Egipto. A raiz de Harsaphes que pode ter tido suporte no mitema balcânico adiante referido encontra-se em Hars- / Harp- que daria a raiz Balk-.
Relacionado com o deus hercúleo Harsaphes pode ter estado o deus dos lusitanos do sul Haracui que por outro lado derivaria do deus equivalente galaico Cario-seco.
Haracui (Haracuo, Aharacui, Aharacuo) - Divindade adorada pelos lusitanos célticos do sul.
Caro (Carus, Cario, Carieco, Cariense) – Deus guerreiro local Lusitano, equivalente a Marte romano.
Cario-Ceco (Cariocieco, Cariocecus) – Deus Lusitano da Guerra, da caça, dos animais, dos mistérios e do futuro. Bodes, cavalos e prisioneiros eram muitas vezes sacrificados a este Deus.
Ma-Cario (Macarius, Magario) – Deus da nutrição e protector da natureza. Está ligado também aos ciclos das estações, principalmente do Verão. Na mitologia Lusitana é também um Deus naturalista da caça, da beleza e da fertilidade; é uma divindade instintiva e ciumenta; o Padroeiro dos casamentos, dos jovens e dos viajantes. Equivalente a Apolo.
Cario-cecus > Car-Ieco > Cariego > Carago > Carracho > «Caralho».
                     > Kara-keku < Hara-kuki > Haracui < Harakuti
                                          < Egip. Harakhte > Haracu(l)o ó Hércules.
Antes de acabar, quero ainda referir que o mito de Hórus continua no nosso mundo. Sabemos que em Edfu, a casa de Hórus, todos os anos se realizavam festivais e recriações das antigas batalhas para celebrar a vitória de Hórus sobre Seth. Já na era romana, vemos uma estátua, que se encontra no British Museum, de Hórus vestido como centurião romano, montado num cavalo e espetando um lança em Seth, o crocodilo. Ainda mais tarde, a batalha de Hórus e Seth, tornou-se na luta de S. Jorge e o Dragão. Há até quem pense que o nome egípcio de Seth, Sutekh, pode ter evoluído para a palavra Satã. -- [1]
Na mesma página do blog peregrinar um autor anónimo teve a revelação inspirada de relacionar o culto de Hórus hercúleo com o extra canónico de um santo que nunca o foi (como possivelmente S. Jorge), São Longuinhos e que na tradição tradição popular é invocado para encontrar objectos perdidos, o que o coloca no rol de um “deus menino” nas mãos das bruxas!
Pelo fato de o nome ser derivado do grego e significar "uma lança", é referido como tendo sido o soldado romano que perfurou Jesus com uma lança (Jo 19,34), ou como o centurião que, na crucificação, reconheceu Cristo como "o filho de Deus" (Mt 27,54; Mc 15,39; Lc 23,47).
E é assim que se acredita que a primitiva ocupação do sítio do Bom Jesus de Braga remonte ao início do século XIV, quando alguém terá erguido uma cruz no alto do monte Espinho, sob a invocação da Santa Vera Cruz.
E só mesmo os crédulos em mitos fundadores podem fazer fé em lendas independentitas e restauracionistas. É evidente que o Bom Jesus do monte terá sido sempre um local de culto masculino e marcial desde épocas imemoriais.
Nos tempos anteriores à ocupação romana Braga terá sido a única cidade importante a norte do Douro e por isso ficou sede da província romana da Galécia e depois do reino dos Suevos mantendo arcebispado e a primazia sobre Espanha mesmo durante os visigóticos mas as invasões árabes foram cruéis com as terras lusitanas e particularmente com a sé de braga que
No ano de 716, os Mouros alcançam a cidade e provocam grande destruição na mesma, dada a sua importância religiosa. Na época, foi também palco de várias guerras, destruições e saques. Mais tarde, foi reconquistada por Afonso III, Rei das Astúrias.
De facto, o Domínio excêntrico de Braga sobre o norte da Galiza nem sempre terá sido pacífico e o domínio dos Árabes sobre Braga terá permitido aos galegos libertarem-se desta excêntrica suserania com o milagre de Santiago de Compostela que subitamente passou a ter o papel que outrora fora de Braga a quem nunca mais o retribuiu mesmo de pois da reconquista. Pelo contrário tudo fez para retirar a braga os seus antigos troféus religiosos!
No século XI a cidade é reorganizada, provavelmente com a nova designação de "Braga". É iniciada a construção da muralha citadina e da Sé, por ordem do bispo D. Pedro de Braga, sobre restos de um antigo templo romano dedicado à deusa Ísis, que teria mais tarde sido convertido numa igreja Cristã. A cidade desenvolve-se em torno da Sé, ficando restringida ao perímetro amuralhado.
(…) Braga foi nessa altura oferecida como dote, por Afonso VI de Leão e Castela, à sua filha D. Teresa, no seu casamento com D. Henrique de Borgonha, Conde de Portugal. Estes últimos foram senhores da cidade entre 1096 a 1112. Em 1112 doam a cidade aos Arcebispos. Com a elevação do bispado bracarense a arcebispado, a cidade readquire uma enorme importância a nível Ibérico. O arcebispo Diego Gelmírez de Santiago de Compostela, com medo da ascensão da Sé de Braga, rouba as relíquias dos santos bracarenses na tentativa de diminuir a importância religiosa da cidade, as relíquias só retornaram a Braga na década de noventa do século XX.
Obviamente que o título de Primaz das Espanhas que é usado pelo Arcebispo de Braga (enquanto o Arcebispo de Toledo usa actualmente o título de Primaz da Espanha) não reconforta o arcebispado de Braga nem restituiria à sua sede a antiga soberania galaico portuguesa pelo que a independência de Portugal teria que ter sido inspirada de Braga particularmente do monte do Bom Jesus de Braga como única forma de Braga recuperar das feridas das invasões árabes e da reconquista!
Como quase todas as grandes devoções, a do Bom Jesus do Monte, deve ter principiado por uma singela cruz plantada, como diz Aberto Feio, por uma devota mão num plaino daquela montanha, no dealbar do cristianismo, não caso único em Braga, onde a colocação de uma singular cruz dá origem a uma grande devoção, como por exemplo, a do Sameiro. Possivelmente um popular asceta, cristianizado pelo Apóstolo Santiago, quando das suas pregações de divulgação da fé cristã, pela Península talvez tivesse sido influenciado pelo exemplo apontado de São João, que se isolou no deserto, escolhendo o alto daquele monte e, escavando uma gruta, ali se isolou do mundo, tendo por certo elevado no local a singela cruz, que mais tarde aquando do domínio visigótico a devoção da religião de Cristo, a ela convertidos graças à acção do bispo São Martinho de Dume, fez levantar uma ermida, destruída talvez pelo século oitavo pelos mudéjares, quando da sua invasão da Península. Tudo isto são conjecturas, pois nenhum testemunho há efectivamente que o comprove, só a lenda que abaixo cito é que nos dá uma resposta um tanto ou quando duvidosa. Após a reconquista, iniciada por Pelágio, da Península Ibérica, da terra ocupada pelos desde o século oitavo pelos sarracenos, e possivelmente após o restauro de Braga, levado a efeito pelo Bispo dom Pedro, deve de novo ter continuado a devoção no local da velha ermida ou Vera Cruz, onde, segundo Alberto Feio, “conta a lenda, que um singela cruz, arvorada por mão de desconhecido crente no alto do Monte Espinho, dera nascimento à devoção, que em longo giro de séculos, preparou e ergueu o grandioso Santuário do Bom Jesus do Monte”. – BOM JESUS De BRAGA, Luís Dias da Costa.
Esta primeira lenda deve reportar-se ao tempo da independência porque com sinais da cruz se deus a vitória de Ourique. A seguinte seria porventura premonição da iminente perda de independência no fim do reinado de D. Fernando.
(…) Não há dúvida que pelo menos nos começos do século XIV, existia já naquele monte uma ermida dedicada à Santa Cruz, e isso está comprovado pelos estatutos da irmandade da Trindade de Braga, datados de 1373, “onde uma ordinachô determina que os confrades, por exaltamento da Santa Vera Cruz de Jesu Cristo, vão á ermida de Santa Cruz, por dia de São João (evangelista) do mês de Maio” levando tochas e doze círios, assistir a uma missa oficiada. E ainda para confirmar a sua antiguidade, quando da aprovação dos mesmos estatutos, em 1378, era referido que os confrades fariam aquelas obrigações “como as fizeram os seus padres e outros seus devidos e linhagens passava de trinta e cinco anos e chegava a quarenta bons e mais.” Esta referência atira-nos a devoção da primitiva ermida para uma idade muito antiga. No primeiro terço do século XV, estava a ermida de Santa Cruz anexada à igreja paroquial de Tenões, porque se situava dentro dos aros jurisdicionais daquela freguesia. – BOM JESUS De BRAGA, Luís Dias da Costa.
E finalmente temos o retorno do messianismo bracarense na preparação do fervor religioso e ideológica da restauração de 1640.
(…) Certo dia, correndo o ano de 1629, numa visita de alguns bracarenses ao local da mui antiga devoção, que a piedade ali juntara, pensou em ressuscitar o antigo brilho do culto. Nasceu então o pensamento da fundação de uma confraria, com o encargo de reacender a devoção quase extinta. Cresceu, avolumou-se e difunde-se. Reunindo esforços e vontades, dentro em pouco está redigido e aprovado pela Cúria Arcebispal o Compromisso da confraria ou irmandade, sob a invocação de Bom Jesus do Monte. A velha designação de Santa Cruz do Monte, Vera Cruz, cedeu o seu nome perdura. Pobre de recursos, a nascente confraria procurou de todos os modos aumentar os seus réditos, aumento o número de confrades, fazendo peditórios pelas aldeias e cidade ao mesmo tempo que fazia a representação de autos e bailados sacros e de cenas bíblicas que atraíam muita gente às festas mais solenes. Entretanto um facto histórico contribuiu, e muito, para que a fama e devoção galgasse as fronteiras do Minho. Tratou-se da Independência de Portugal do jugo castelhano, no glorioso dia 1 de Dezembro de 1640. Todos atribuíram o sucesso à intervenção divina. Havia até quem afirmasse que durante dias um sinal luminoso apareceu sobre o Monte Espinho - um cálice da consagração rodeado de um esplendor que muita gente dizia tinha observado. O povo então ocorreu a agradecer ao Bom Jesus o favor com que tinha distinguido o pequeno reino lusitano. – BOM JESUS De BRAGA, Luís Dias da Costa.
Ora bem, porque é que não entrou na tradição popular minhota o mito inglês de S. Jorge, em vez do de Longuinhos, para substituição de cultos locais de deuses marciais? Seguramente porque, apesar de tudo, os minhotos ainda eram galaicos que trilhavam e protegiam os caminhos jacobeus, pelo que o culto popular e guerreiro do Minho ainda era o da restauração peninsular, ou seja, de "Sant'Iago!" Por outro lado, Lisboa era ainda mais longínqua que Compostela e D. Afonso VI só teria deixado o grito de guerra galaico por se ter metido em guerras com espanhóis!
En el escrito apócrifo conocido como Evangelio de Nicodemo, unido a las (también apócrifas) Actas de Pilato, aparece por primera vez el nombre de Longino. La escritora Sabina Baring Gould comenta, a propósito del tema, que “El nombre de Longino no aparece en autores griegos anteriores al Patriarca Germano, en 715”.2 Es casi seguro que el nombre sea una latinización del griego λόγχη (lonkhê ou lonjé), la palabra utilizada por el texto de Juan y apareció por primera vez un manuscrito iluminado de la Crucifixión detrás de un lancero. Dicho manuscrito, una versión siríaca del Evangelio según Juan ilustrada por un tal Rabulas, data del 586 y se conserva en la Biblioteca Laurenciana de Florencia; allí se lee en letras griegas la palabra Longinos escrita tal vez en la misma época en que se realizó la figura.
The lancea was the Roman auxiliaries' short javelin. According to the OED, the word originally came from the Iberian Language, also cf longche, the Greek term for lance.
«Lança» < (Lat. lancea???), s. f. arma ofensiva, ou de arremesso, composta de uma haste de madeira terminada por um ferro pontiagudo;
Longuinhos / Longinus < Lancinus < Lancin- < Uran-Kin >
< Lat. Lanceia < Grec. Longche ó Iber. Loncha > Lonchinus > Longinus.
São Longuinhos foi mandado construir por um rico de Braga que não conseguia casar a sua filha. Construiu a estátua e assim a filha arranjou casamento. A partir daí todas as não casadoiras da região iam à estátua de S. Longuinhos dar 3 voltas e fazer promessa para encontrar homem. E sabido que a lança de São Longuinhos é símbolo fálico e a trindade representada nas 3 voltas é mais que óbvia e sugestiva."Já na era romana, vemos uma estátua, que se encontra no British Museum, de Hórus vestido como centurião romano, montado num cavalo e espetando um lança em Seth, o crocodilo."
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Figura 12: Estátua de S. Longino no alto do bom Jesus com adereços de Perceu.
São Longuinhos está aqui representado como centurião Romano. Foi ele que espetou a lança a Jesus quando este estava crucificado e disse depois: "Este é mesmo o filho de Deus" Jesus, como é obvio não é uma serpente. Mas haverá espaço para inversões símbólicas se sabemos que naquela época Jesus era visto pelos Romanos como uma ameaça?
"Deixem-me só referir outro aspecto: para os egípcios, a primeira luz era Re-Hor-em-akhet, Re que é o Hórus do horizonte, em que Hórus é representado como um falcão, com as suas asas estendidas reflectindo o sol. E Hórus será sempre a primeira luz da manhã, nas nossas noites."
Porquê colocar na estátua de São Longuinhos tão óbvio e elaborado relógio solar? Coincidência ou prova do percurso iniciático esotérico do Bom Jesus?
Agradeço muito a referencia a São Longuinhos. Foi uma ajuda inestimável. Nunca me passou pela cabeça relacionar a estátua de S. Longuinhos, possivelmente o último elemento da escadaria iniciática do Bom Jesus, com o primeiro elemento com que começa a segunda parte do escadório e que é, exactamente, o crocodilo, as duas fantásticas fontes dos crocodilos: cada fonte tem quatro cabeças de crocodilos, orientadas segundo os pontos cardeais.
Em conclusão, de a Sé de Braga foi edificada sobre fundações de um templo de Ísis, no monte Espinho celebravam-se ritos de passagem em honra de seu filho Hórus Harakhte, o Hércules Egípsio, com cultos de mistérios de morte e ressurreição osiríaca de que terão ficado restos arqueológicos indeléveis que marcaram os trilhos de acesso à zona dos santuários que se foram reconstruindo no mesmo local e sobre os quais se fez a restauração do escadório sobe a orientação do arcebispo D. Moura Telles que, afinal, era membro da Ordem de Cristo e, por isso, detentor de alguns segredos iniciáticos ocultos dos antigos templários.
De qualquer modo a antiguidade do monte Espinho como local de preparação guerreira e iniciática seria muito antigo e teria sido sempre importante no tempo em que braga foi capital provincial da Espanha romana e do reino Suevo. Seria o monte espinho literalmente o que parece?
«Espinho» < Lat. spinu = excrescência acerada como pua, que sobressai do lenho de certos vegetais ó Lat. spiculu = ponta, cerda rija de alguns animais > porco-espinho < *ish-picu-lu ó «Pico» < (Célt. Pic?), s. m. ponta aguda.
Obviamente que *ish-picu-lu faz jus a um diminutivo do deus Pico que seria tão espinhoso e picareta como o «pica-pau» e não menos que seu filho Fauno / Pan.
Pico (del griego antiguo Πἳκος Pikos) era, en la mitología romana, una divinidad profética, descrito como hijo de Saturno o de Sterculus, marido de la ninfa Canente y padre de Fauno. En algunas tradiciones se le consideraba el primer rey del Lacio, pues su hijo Fauno fue padre de Latino, el rey de los laurentinos contra quienes lucharon Eneas y los troyanos, y a quien luego se unieron. Fue un famoso adivino y augur, y, como hacía uso en estos menesteres de un picus ('pájaro carpintero'), recibía también este nombre él mismo. Se le representaba de forma ruda y primitiva como un pilar de madera con un pájaro carpintero sobre él, y más tarde como un hombre joven con un pájaro carpintero sobre la cabeza. Toda la leyenda de Pico está basada en la noción de que el pájaro carpintero es un pájaro profético, consagrado a Marte. Se decía que Pomona estaba enamorada de él, y que cuando el amor de Circe le profesó no fue correspondido, ésta lo transformó en un pájaro carpintero, que sin embargo retuvo los poderes proféticos que había poseído como hombre.
Pico seria apenas Kiku, Enki na forma de “deus menino”, filho da Deusa Mãe Ki e, por isso, seria, por direito mitológico próprio, Dionísio que por ter fonologia próxima de Ísis acabaria inevitavelmente por ser aparentado com Hórus Carpo-crates…ou com qualquer outra mitologia de Hércules criança domador de cobras iniciáticas!

Ver: O CICLO ÉPICO DE HÉRCULES (***) & PÃ (***)

Mas se não nos contentarmos com invocar o nome de Picus para entender a etimologia sagrada do Monte Espinho (e do porco espinho ou javali que lhe andaria associado entre os celtas) podemos recorrer ao deus hitita Telepinus que não seria senão uma variante obscura ainda mal conhecida como a cultura que o adorava, do deus que veio a ser entre os gregos Telefo, “deus menino”, filho de Hércules e, de qualquer modo, deus de mitos pascais como Dionísio…e Ísis, Ósiris e Hórus.
Se o nome de Espinho pouco ou nada tiver a ver com o deus Pico, o que nesta altura das coisas sinceramente se duvida, terá seguramente muito a ver com o deus arcaico e selvagem Pan, também chamado Fauno ou Silvano, ou seja, espiculado como as «silvas».
Ampilva - Deus dos bosques adorado na Lusitânia.
Ampilva < An + Philwa < Enkur-ka, lir. “vida de Enkur ou do Sr. do Monte
                                        = Kyr-Wa-Anu = Sylvano > Silvano, o Sr. do Monde.
É um facto que existem muitos montes e outeiros com nome de espinhos por Portugal e Galiza a dentro, pois são “sinónimos no grupo dos orónimos de baixa altitude, como "Cabeça", "Cabeço", "Cerro", "Espinho", "Lomba", "Monte", "Morro", que formam curiosos pleonasmos entre si[2].
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Figura 13: Palácio da Pena, expressão maneirista do ecléctico e exótico temperamento romântico do rei-consorte Fernando II de Portugal.
A razão pela qual tal acontece reside precisamente em estes termos se referirem a acidentes geográficos convexos banais recebendo por isso nome próprio das muitas variantes sinónimas dos orónimos de baixa altitude. Já a variedade destes resulta da tanto da riqueza linguística dos diversos povos que passaram por cá como dos vários deuses que tiveram culto no cimo dos montes sendo por exemplo flagrante o facto de o nome do «monte» derivar do nome de Montu, uma variante do deus fálico egípcio Min, que por sinal deu nome ao Minho e a Minde, etc. seguramente por meio da civilização minóica.
Mas muitos nomes, além de «espinho» (e…obviamente o nome do «pénis») por serem apenas acidentes geográficos elevados cónicos e penianos derivaram precisamente de Pã, como «penha» > «pena» > «peneda > penedia» / «penhasco», «pino» / «pináculo»!
Lat. pinna, (ant.) penha «Pena».
                 Lat. Penna > «Pena» < Lat. Poena.

Ver: AS ASAS DO VENTO / PLUMAS E PENAS (***)

A confluência de três étimos numa mesma homofonia não é inteiramente gratuita e circunstancial porque só o nome da deusa Poena não decorre da forma ictifálica do deus .
A mística montanhosa deste mitema reside no monte primordial da aurora que estava também relacionado com a mística da Fén-ix (Phanes, deus da luz primordial e filho de ) por ser no pico deste monte que se supunha residir esta ave do eterno renascimento.
Na mitologia romana, Poena é a deusa do castigo e a ajudante de Némesis nessa tarefa. 
Poena significa "primeiro raio do sol". É um nome próprio e seu masculino é Apoena, que também aparece como "aquele que enxerga longe".
Ora bem, se o deus dos grego já pouca relação teria com as leis ancestrais das comunidades rústicas e pastoris do neolítico ainda assim era a causa das crises de pânico que mais não seriam que sobressaltos de má consciência por crimes cometidos, ou seja um resquício fóssil desta arcaica função que ficou ligada a uma deusa seguramente pela relação com o poder matriarcal mafioso dos minóicos que derivava do mitema da deusa mãe do céu, ou simplesmente da “Sr. Mãe” (do todo poderoso macho dominante o seu filho Min), que entre os etruscos era Mean e acabou Mena entre os latinos. Assim sendo Poena era Mean ou pelo menos filha desta, se esta foi a “Sr.ª das leis” que foi Némesis como se pode aceitar etimologicamente, sendo assim esposa de Min…e, por este ter sido irmã gémea destes.

Ver: PÃ (***)

Phanes relaciona-se com o grego phainò das epifanias divinas por ser de facto o deus da luz primordial. Assim sendo seria foneticamente o mesmo que Faetonte ou Fotão de que Apoena, o suposto esposo de Poena, seria versão foneticamente abstrusa e com o significado estranho de "aquele que vê longe"…como o olho de Deus que era o Sol! Para fazermos a ponte fonética entre Phanes e Pã temos o latino Fauno tendo pelo caminho o antónimo Fáon, amante de Safo. Para explicitar a relação deste deus com as leis tribais defendidas por Poena temos Bandua.
Bandus (Bandi, Bande, Banda, Band) – É uma divindade importante venerada pelas tribos da federação Galaica no norte da Lusitânia. Pelo seu carácter de Deus masculino, é o protector dos territórios e das localidades. Ele é quem ordena e faz cumprir as leis tradicionais estabelecidas. Também teve o nomes de Bandua, Bandue, Banduje.
Bandoga (Bandonga) - É uma divindade importante no norte da Lusitânia. É o carácter feminino da divindade, é a protectora da tribo e da família, quem ordena e faz as leis.
Bandoca seria esposo de Ban-dua, equeivalente a Wotan / Odin dos nórdicos e a Dionísio dos Gregos e pai oi filho de Pan. Este deus pode ter chegado até à Lusitânia por via da civilização neo-hitita que se veio a desenvolver em torno do lago Van depois da queda de Hatusha.
Bandoca < Pan-Durga > «Pandorcas» de Mirandela.
Assim, o nome dos montes Espinhos pode ter uma razão secreta adicional, a qual nada terá a ver com arbustos espinhosos nem com pinhais nem pinheiros por ser morfologicamente redundante. A pinha e o pinheiro eram símbolos de deuses de morte e ressurreição pascal, entre outras razões, por o pinheiro ser uma árvore de folha perene. Como é sabido a praia de Espinho nada deverá a montes e o pouco que der a pinheiros será aos raquíticos, serpentinos e ondulados pelo vento mas que, pela sua resistência e perenidade, sustentam as dunas.
"M. Varro informa-nos que (...) o nome "Lusitânia" deriva dos jogos (lusus) do Padre Baco, ou da fúria (lyssa) dos seus acólitos frenéticos, e que Pã era o governador de toda a região. Mas as tradições respeitantes a Hércules e Pirene, bem como Saturno, parecem-me absolutas fábulas." [Naturalis Historia, Plínio, o Velho (eds. John Bostock, M.D., F.R.S., H.T. Riley, Esq., B.A.) (em inglês)]
Plutarco, segundo o 12.º livro da Iberica do autor espanhol Sóstenes, diz que: «Depois de Baco ter conquistado a Ibéria, deixou a governar como seu representante, que deu o seu nome à região, chamando-a de Pania, que por corruptela se tornou em Hispânia
Espanha < Hispânia ó *Ish-Pan-ika > Fénix < Fenícia.
O culto da Fénix faria parte do cortejo de cultos peninsulares a Pan razão que justifica o culto que sempre existiu em Braga a esta ave mitologia a que foram dedicadas duas fontes, uma nos jardins do palácio dos arcebispos e outra numa cascata do alto do escadório do Bom Jesus, como adiante se verá melhor.
Obviamente que Baco ou Dionísio andou por Espanha particularmente por onde deixou a tradição da vinha que entre o Douro e o Minho não encontrou grande clima, como teve por exemplo no Cartaxo (que se não foi colónia cartaginesa foi cretense e minóica, pelo menos pela sua relação como o vinho de Dionísio, possivelmente o Zeus menino, nascido numa gruta de Creta), razão pela qual acabou por criar a espécie adaptada única do “vinho verde”!
A presença de Pan e Dionísio não passou despercebida nos escassos rregistos votivos sobreviventes onde teve o nome de Panditi e Bande, literalmente deus ou Ban.
Panditi - Deus da cultura e da sabedoria venerado pelos Lusitanos.
Assim, o deus teria sido adorado em tempos arcaicos no monte Espinho do Bom Jesus de Braga (e quiçá de Matosinhos) que pela sua rusticidade tipicamente espânica ou pela generalidade do seu culto fálico e dionisíaco, deu nome à Espanha.
O mesmo Tellus deu ou podia dar Tellonius, i, iis, unde, talvez Tellões e Tenões por Tellões, povoações nossas. --
INVESTIGAÇÃO DA ETYMOLOGIA OU PROVENIÊNCIA DOS NOMES DAS NOSSAS POVOAÇÕES, POR Pedro Augusto Ferreira, Bacharel formado em Teologia, continuador do Portugal Antigo e Moderno e Abbade de Miragaya, aposentado.
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Figura 14: Representação estilizada de Dionísio, Deus da videira e do vinho, numa fonte de acesso aos jardins privados mosteiro de S. Martinho de Tibães.
É evidente que o ilustre abade Pedro Augusto Ferreira não reparou que Tenões tem duas nasais e, como o lh não é nasal, Tellões só tem uma e nunca poderia ser confundido com Tenões que terá derivado de *Ten-Anus que se não se referia aos deuses das cobras que ladeiam a entrada do Santuário do bom Jesus pelos menos seriam referência aos “deuses Anunaki” que seriam cobras como os Titãs.
Anunaki < Ki-Anuna > Tianuna > *Ten-Anus > Tenões.
Tutunus < Kitunus, lit. deuses ctónicos e ofídeos como os titãs < Ki-Kanus
> Ti-Wan > Tivián > Teivães > Tibaens > Tibães.
*Ti-Wanes ó Titãs
Teivães - parece relacionado com "Tibães". será genitivo de Tevila (germânico), que é diminutivo (*)
Tibães - anteriormente Tibaens. Ver "Teivães", na Galiza: "Tivián".
Tal como é exagerado derivar tudo o que é português do que é latino também o é derivar tudo o que é galaico do germânico que passou por estas bandas como por vinha vindimada!
*Ti-Wanes ó Titãs eram os deuses Vanes da mitologia nórdica equivalentes dos Pandevas hindus que tiveram nomes com raízes em #an- começados por todas as consuantes do alfabeto como Wan- / Ban-/ Van-, Can- / Kan- / San- /, Dan-, Fan- / Phan-, Gan-, Pan-, Tan-, etc. com múltiplas variantes vocálicas ou com ditongos. As registadas são apenas a ponta do icebergue correspondendo às formas fonéticas que ainda estavam em vogam antes da sua extinção com o monoteísmo moderno. Alguns destes nomes tiveram particular importância mítica como os deuses Vanes dos povos pastoris nórdicos eram deuses e deusas da terra, da vegetação, da água e da fertilidade…como Fauno, Pico, Pan, Sil-Vano, etc.

S. GIÃO
Gan- de Ganimedes, Ganesha e os Gigantes e possivelmente S. Gião, padroeiro dos barqueiros.
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Figura 15: Igreja de S. Gião da Nazaré
A Igreja de S. Gião da Nazaré constitui um dos mais antigos edifícios de rito cristão antigo existentes em território nacional. É por isso, de enorme valor cultural, tendo em conta a escassez deste tipo de estruturas erguidas "em altura", independentemente do seu estado crítico de conservação. (…)
A própria evocação do templo - S. Gião / Julião / João - remete para a permanência de cultos solsticiais (ou, melhor solares), e para a permanência trans-secular da identificação de uma divindade única com o "astro-rei", passível de ser interpretada, na mesma zona e num regime de assombrosa continuidade, através de outros vestígios como o célebre mosaico tardo-romano ou paleocristão de Cós (com a figura do Deus mitraico no seu centro...). -- [3]
Notável que S. Julião tenha sido particularmente venerado a partir do sec. VIII, ou seja quando o cristianismo peninsular quase desapareceu com as invasões árabes. Mais estranho ainda que sejam mencionados trinta e nove santos com este nome no Martiriologio romano, oito dos quais comemorados no mês de Janeiro.
O mais tardio de todos foi S. Julião de Toledo (falecido em 690), arcebispo daquela cidade (que se tornou Primaz de Espanha e Portugal) e provavelmente o único com existência histórica comprovada. Foi um poderoso chefe da Igreja nos finais do domínio visigótico, sendo o responsável pela reunião de vários concílios e pela revisão da liturgia. Possivelmente foi este que em Portugal veio a ser S. Gião e responsável do caso quase único da coexistência de oragos e topónimos com Gião e Julião sendo os de via popular os mais antigos mas…sobrepondo-se quase seguramente a uma deidade anterior de culto local, possivelmente uma variante fonética em gê, de Pan explicando-se assim que seja considerado padroeiro dos barqueiros (como Caronte) palhaços e trabalhadores de circo, peregrinos, pastores, viajantes e das profissões itinerantes, de uma forma geral. Assim se explica que também seja protector dos hospedeiros, estalajadeiros e donos de hotéis. Enfim, quase que seguramente terá sido este santo que terá animado a fé da reconquista peninsular espalhando ermidas e albergues e barqueiros ao longos dos caminhos de Santiago em parte porque teria sido Primaz da Espanha Visigótica e depois porque tinha nome que foneticamente se confundia com o nome de S. João, irmão de Santiago, e com o deus Ban dos cultos ancestrais das festas de inverno dos rapazes das localidades rurais e pastoris mais remotos da Lusitânia e da Galécia.

Assim parece que Plínio estava certo em relação à forte tradição de Pan e Dionísio na Lusitânia. Mas não concordamos com ele refere que “as tradições respeitantes a Hércules e Pirene, bem como Saturno, parecem-me absolutas fábulas.
Pelo menos Crono, na forma de Corono, era adorado como esposo de Nabia.
Corono (Coronus) – Deus cornudo coroado nos mundos subterrâneos, está ligado à guerra e à morte. É o esposo da Deusa Navia. Adorado pelos Calaicos.
Cronisnesi (Croni-Ense) - Uma divindade regional adorada na Lusitânia.
Carneo (Karneios, Carneu, Carneus) – Deus adorado nas planícies da Lusitânia por povos de origem Celta. => Coaran-Ion-Iceus - Deus dos cavalos e do vento, adorado em Olisipo.
Saturno ó Krono < Croni(-Ense) < *Kauranu > Corono
   Carneo < Karn(eios) < Karaun <                    > Coaran (Ion-Iceus).
Quanto a Hércules então, como se verá ao longo deste trabalho, Plínio enganou-se redondamente porque a mitologia e a arqueologia linguística revelam que os Iberos e particularmente os Lusitanos e Galaicos eram essencialmente pastores pelo que a lenda do gado de Gerião roubado por Hércules pode fazer algum sentido enquanto memória mítica de antigas incursões de povos guerreiros orientais em demanda do gado semi selvagem dos campos dos vales dos rios Tartécio (Guadalquivir) e do Tejo.
(…) A prosperidade do Santuário e a fartura da confraria despertou a cobiça do Deão D. Francisco Pereira da Silva, pessoa de qualidade e de hierarquia veneranda – era da Casa dos Biscainhos - logo pensou em se apoderar dos rendimentos da novel confraria. Alegou o facto de ser alta dignidade da Catedral Bracarense e que todos os direitos lhe pertenciam como sucessor de Dom João da Guarda na abadia de Tenões. Dois anos durou a luta entre o Deão e a Confraria, luta desigual, fez com que os confrades desamparassem o templo, isto em 1710, deixando a sua administração por não suportarem um litígio em que não podiam vencer, embora a justiça estivesse do seu lado. Entregaram às garras do Deão tudo o que pertencia ao Santuário e deste modo perdeu-se todo o arquivo, todas as lembranças da primeira confraria, até os nomes dos instituidores ficaram na obscuridade. O novo senhor absoluto da rica benesse, cuidou apenas de a recolher para seu proveito, desprezando a devoção do templo que entrou em decadência e esquecimento. Foram onze anos, o suficiente para a quase ruína da secular devoção.
(…) Obtido o deferimento procedeu-se judicialmente à eleição, que resultou como eleito Juiz, Francisco de Sousa e Castro, pessoa de grande respeitabilidade, Fidalgo da Casa Real, talvez a única pessoa que pudesse ombrear com o Deão, intimando-o a fazer a entrega de todos os haveres da confraria. Porém já nada existia, nem sequer havia notícia dos primitivos estatutos e então foi lançado pregão por Campa Tangida para reunião da junta de irmãos onde foi proposto e aprovado novo estatuto em 29 de Dezembro, estatutos que foram confirmados por provisão de 21 de Abril de 1721, pelo arcebispo Primaz, Dom Rodrigo de Moura Telles.
(…) Como no anterior caderno dissemos, as estátuas do Escadório dos Cinco Sentidos foram devidas ao gesto dos Padres Jesuítas. Eles mesmo é que escolheram o figurado, símbolos e dísticos. Foram buscar à Bíblia e à Mitologia os exemplos, numa promiscuidade que a Mesa Censória, em Edital de 22 de Abril de 1774, julgou indecorosíssima e indecentíssima. Disto resultou, serem caçados os Breves com as grandes indulgências concedidas pelo Papa Clemente XIV, visto terem considerado que essas indulgências como obtidas ob-repetício e como tal proibida sob pesadas sanções. Estes breves tinham sido concedidos graças à acção do arcebispo Dom Gaspar de Bragança e com o auxílio dos banqueiros de letras romanas António da Silva Teixeira e Boaventura Miguel Aranha, o primeiro residia em Roma e o segundo em Braga. Contribuiu esta medida para que de novo a devoção e afluência de romeiros quase desaparecesse e, com a consequente dádiva de esmolas. Para dar satisfação à Mesa Censória, foram mudados os nomes das imagens e os dísticos que tinham sido aproveitados da Mitologia. Assim Argos passou a chamar-se Vir Prudens; Orfeu – Iditihum: Jacinto – Vir Sapiens: Ganimedes – Joseph, e Midas – Salomão. Os letreiros foram também substituídos.
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Figura 16: Fontes das serpentes ou homenagem ao parafuso sem fim.
A Fonte da Serpente: Nesse mesmo pátio circular também vamos encontrar duas extraordinárias fontes, uma de cada lado da escada, comportando na sua base um recipiente para o qual são vertidas as águas. Sobre este encontram-se quatro cabeças de crocodilo dirigidas para os quatro pontos cardeais. Este facto é muito significativo já que o crocodilo, nas mais diversas mitologias, é o Senhor das Águas Primordiais. Trata-se de uma divindade ctoniana que reina no mundo inferior, constituindo assim um símbolo das trevas e da morte, mas também do renascimento. Neste sentido, equivale ao Seth egípcio e ao Tifão grego. Para os Miztecas e os Aztecas, a Terra nasceu de um crocodilo que vivia no Mar Primordial; para os Maias, a Terra era carregada às costas de um crocodilo. É o Senhor dos Mistérios da Vida e da Morte, o grande iniciador.
Em conclusão de remate, é logo no início do escadório do Bom Jesus do Monte que se descobre o rabo escondido da serpente que simboliza Sete e que por isso confirma ter sido esta “via-sacra” dos mistérios cristãos um percurso iniciático de arcaicos cultos de passagem, no último dos quais de origem egípcia.
O deus morto e bom deus era Ósiris-Apis ou Serapis (<Aser-hapi) e o herói hercúleo vingador do mal e destruidor da serpente draconeana prefigurada nos crocodilos era Hórus, o filho de Ísis que teve templo onde hoje é a sé de Braga. Na verdade, as duas serpentes seriam um velho e arcaico símbolo de Ningishzida, literalmente o “Senhor da Boa Árvore”, epíteto de Damuz, deus de morte e ressurreição, enquanto guarda da árvore da vida no alto do monte da Aurora, onde ficavam as portas do paraíso que eram o palácio do céu (Anu).
Mas este mesmo mitema reapareceu no culto artificial de Serapis introduzido no Egipto pelos faraós gregos da dinastia dos Ptolomeus como Serapis & Isis Termutis.
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Figura 17: Serapis & Isis Termutis.

Notar que Termutis foi também o nome da filha do faraó que salvou Moisés das águas do Nilo. A decomposição do nome de Termutis dá Ta-Ur-Mut, ou seja a Grande Mãe Taveret, deusa do parto e da aurora esposa mãe e esposa do deus crocodilo Sobeco e possivelmente também do malvado Sete.
Admite-se que o culto a Serápis tenha sido introduzido em Alexandria, por volta do séc. IVa.C. com o propósito de reunir em um sincretismo as tradições religiosas egípcia e helênica. Do lado egípcio, o deus identificava-se com Osíris, o marido de Ísis; do lado grego, aproximava-se de Dionísio e dos seus mistérios.
Nas duas tradições, esses deuses presidiam à vegetação e governavam o mundo subterrâneo…
…tendo por isso parte da morfologia de Hades, provável variante de Dionísio.

Ver: HADES (***)

Obviamente que Serapis, o nome do deus ptolomaico de conveniência, deriva tão depressa do babilónico Sar-Apsi, nome compósito já formado e trazido da Babilónia com os despojos de Alexandre o Grande como sendo Enki-Kur, o Sr. dos Abismos guardados pelas duas cobras do caduceu, como o de Asar-Hapi, pois os deuses compósitos eram comuns no Egipto, sobretudo na forma de trindades. No entanto, Serapis seria um trocadilho de salão imperial, resultante da descoberta da estranha analogia entre os dois nomes e as respectivas funções infernais a que se pode ter juntado o nome dos Zaparrus e dos Keraphim.
Os egípcios e os alexandrinos em particular eram sincréticos. Uma carta inserida na História Augusta, atribuída ao Imperador Adriano, é, a este respeito, paradigmática:
A terra de Egito, cujos elogios me tens contado, meu querido Serviano, eu a achei ser completamente inconstante e inconsistente, e varrida por qualquer brisa da fama.
Lá esses que adoram Serapis são, na realidade, cristãos, e esses que se chamam os bispos de Cristo são, na realidade, devotos de Serapis. Não há nenhum rabino de sinagoga judia, nenhum Samaritano, nenhum presbítero cristão que não seja astrólogo, leitor da sina, ou massagista. Até mesmo o Patriarca, quando vem ao Egipto, será forçado por alguns a adorar Serapis e, por outros, adorar o Cristo.
O importante é verificar que o sucesso do helenismo religioso do Ptolomeus foi tal que se espalhou por todo o mundo greco-romano e Serapis era eventualmente o Deus Bom ou Crestos, o S. Salvador (Soteros em grego ou Jesus / Jeshua, em hebreu) do Mundo, ou seja uma variante de Jesus Cristo que precedeu o cristianismo. Coincidência curiosa adicional é esta: o símbolo de Serapis era também o Ankh, a cruz ansata que na escrita hieroglífica egípcia significava vida e no culto de Serapis era um símbolo da vida eterna!
Pois bem, nem por acaso, o primeiro culto cristão no monte Espinho de Braga de que há registo foi determinado para que os confrades, por exaltamento da Santa Vera Cruz de Jesu Cristo, vão á ermida de Santa Cruz, por dia de São João (evangelista) do mês de Maio.”
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Figura 18: Pórtico do escadório do bom Jesus de Braga.
(…) Existia antigamente uma fonte de sete castelos (as armas de fé de Dom Rodrigo) chapéu e cordões feita por Dom Rodrigo, com as suas armas deitando água por sete bicas com as letras seguintes: Rodrigo, arcebispo Primaz Espanha, em ano de 1723”). De uma cruz de pedra, embutida ou colocada sobre o brasão, de cinco aberturas, simbolizando as cinco chagas do Senhor, uma torrente de água é recolhida numa concha. Na parte superior do escudo ornamentado, vêem-se os instrumentos utilizados na Paixão. A inscrição que se pode ler diz: “O infame ódio abriu estas purpúreas fontes; aqui agora as converte em cristais”. Ao lado nasce o primeiro lanço do escadório, em cujo pátio esta a fonte da V I S T A Nesta fonte está representado, em meia figura deitando pelos olhos duas correntes de água, é o sentido da vista, tendo por cima o Sol, e por baixo, no pé da taça uma águia alusiva a êste sentido. Primitivamente por cima da fonte tinha a figura do Pastor Argus, com os seus cem olhos, com estes versos dentro da tarja em que o plinto assentava tinha estes dizeres: “Está sobre a iminência deste monte o mais vigilante Argus; serás feliz se ele te tiver diante dos seus olhos”. Diz a fábula que o Pastor Argus, tinha cem olhos, cinquenta dos quais descansavam enquanto os outros velavam. Pelas razões apontadas anteriormente, foi esta uma das estátuas que foi substituída, dando lugar às figura de um varão prudente, dormindo tendo na mão um cajado. Na tarja do pedestal, os dizeres: “Varão prudente. Toma-as por um sonho, e vigiarás”.Eccles.C. 13. – BOM JESUS De BRAGA, Luís Dias da Costa.
Em rigor não serão sete planetas mas os deuses dos sete dias da semana a que falta a fonte de Vénus que possivelmente será a que foi transferida “de um outro local onde se passava injustamente despercebida para a entrada do parque”, segundo opinião de modernos pedreiros livres (em demasia por não terem compreendido que num santuário votado à exibição da masculinidade a Estrela da Manhã teria mesmo que passar com menor descrição do um rasto de estrela cadente) ou a de Júpiter que segundo o autor em referência “foi retirada e colocado noutro lugar”.
No entanto, se repararmos bem o Sol e a Lua são os primeiros dias da semana e no escadório do bom Jesus estão de facto logo à entrada deste:
clip_image023[4] Figura 19: fonte do sol na ombreira do pórtico.
O povo da cidade rejubilou, ele que nunca tinha visto com bons olhos a administração do Deão da Sé. Logo após a sua posse, como Juiz da Confraria, Dom Rodrigo de Moura Telles (alma grande em corpo pequeno), trata do restauro do futuro Santuário. Chama para dirigir as obras, fazer o risco da nova estância, o seu arquitecto, o Coronel de Engenharia Manuel da Silva Villa-Lobos, pessoas que já tinha dado mostra da sua competência, quando do trabalho da Cadeia da Relação, no Largo de São Francisco e talvez na igreja e convento da Penha de França, na Alameda de Sant’Ana. Delineou os escadórios iniciando-os pelo pórtico acessível por um lanço de escadas em semi-circulo, tendo em cada lado um tanque / fontanário encimado cada um por um arco no qual se destaca no fecho a representação do Sol e da Lua.
 (…) Ladeada por quatro esferas e mais duas nos extremos sobre os pilares. Ainda este arco tem a ornamentá-lo o Brasão de Fé do Arcebispo Moura Telles, o restaurador, como sabemos do Santuário. Na parte interior do pórtico, nota-se o complemento do brasão - um esfera armilar sobre a Cruz da Ordem da Cristo, símbolos da Ordem da qual era membro. – BOM JESUS De BRAGA, Luís Dias da Costa.
Segundo os eruditos na matéria este pórtico dá acesso à escadaria dos planetas que alguns relacionam com um percurso alquímico templário herdado pela Ordem de Cristo a que o restaurador deste templo, Arcebispo Moura Telles, era membro.
Subindo as primeiras escadarias, em forma cónica, confrontamo-nos com um umbral que teremos de ultrapassar. Trata-se da porta de acesso que nos recorda que a vida é dual: dia e noite, luz e trevas, masculino e feminino, branco e preto, positivo e negativo, acção e pensamento, ouro e prata, etc. O Sol é o espírito divino e a Lua, que reflecte a luz solar, é a alma. Por isso, num dos pilares laterais encontra-se a Fonte do Sol e no outro a Fonte da Lua, unindo-se ambos através do arco de fecho. Sol e Lua são símbolos da eterna dualidade que possibilita a criação e a vida. Por outro lado, o facto de a Fonte de Diana estar presente no início da escadaria é bem interessante, pois um dos sinais que muitas vezes se encontra no princípio da Obra alquímica é precisamente o arco e a flecha, indicando que se está no caminho certo. Ouçamos mais uma vez Fulcanelli sobre o assunto: "O Artista caminhou durante muito tempo: errou pelas vias falsas e pelos caminhos duvidosos; mas a sua alegria explode finalmente! O ribeiro de água viva corre a seus pés; sai aos borbotões do velho carvalho oco. O nosso Adepto atingiu o alvo. E assim, desdenhando o arco e as flechas com que, a exemplo de Cadmo, trespassou o dragão, vê ondular o límpido caudal cuja virtude dissolvente e a essência volátil são confirmados por um pássaro pousado na árvore".[4]
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Figura 20: Fonte de Diana?
Figura 21: Fonte de Marte.
Figura 22: Fonte de Mercúrio.
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Figura 23: Fonte de Saturno.
Figura 24: fonte de Júpiter ou de Vénus?
Supostamente o que se pensa é que:
Fonte de Diana e referenciada por ter os símbolos da mão com besta e flecha e…a esfera armilar, que nada tem a ver com Diana.
Passando para o exterior, está representada a Fonte de Marte, com os seus atributos guerreiros. A fantasia do artista que a trabalhou, numa acção de criatividade e imaginação, colocou no centro destas armas um PISTOLÃO DE PEDERNEIRA. (…)
Fora, como em todos os quadros, e ao lado, está agora a Fonte de Mercúrio, em que as insígnias deste Deus mitológico estão representadas por uma mão pegando no caduceu, vara de louro de oliveira, com duas serpentes enroscadas na ponta, que era atributo de Mercúrio e insígnia dos antigos parlamentares e arautos.
(…) A poente desta capela está a Fonte de Saturno, sustentando na mão uma fouce.. – BOM JESUS De BRAGA, Luís Dias da Costa.
Continuando a ascensão da escadaria chegamos ao pátio circular onde se encontrava a fonte de Júpiter (actualmente está no alto, próximo de um hotel). Astrologicamente, Júpiter encarna o princípio do equilíbrio, da autoridade, da ordem, da abundância e da preservação da hierarquia estabelecida. Júpiter é o deus do raio e do trovão, e é precisamente o raio que encontramos na sua fonte..[5]
Na verdade, diz-se que “logo após a sua posse, como Juiz da Confraria, Dom Rodrigo de Moura Telles (alma grande em corpo pequeno), trata do restauro do futuro Santuário” significando isso que o actual é restauro de algo mais antigo ignorando-se se da época renascentista em que a mitologia estava na moda se de alguma tradição secular ainda presente na arqueologia do local. Porém, à época da sua construção a mitologia já estava fora de moda sobretudo no coração do catolicismo da contra reforma tridentina.
Na base das taças que recebem a água destas fontes estão os cinco sentidos simbolizados pela aranha, pela águia, pelo símio e o cão e o touro, “imitando o que dizia Santo Isidoro, ao qual se refere o dístico: “NO OUVIR O JAVALI EXCEDE O HOMEM, VÊ MAIS O LINCE, A ARANHA TEM MAIS TACTO, E NOS MONOSO GOSTO É MAIS SUBIDO, E O ABUTRE VORAZ VENCE-O NO OLFACTO” Também cada estátua é uma alusão à fonte a que pertence: tudo gravado em dísticos latinos, com alegorias poéticas que, depois por coisas que houveram se mudaram as epígrafes no ano de 17… (depois da questão levantada pelo Marquês de Pombal) se gravaram outras letras ao Divino e se mudaram as letras da gentilidade em figuras da Escritura e de tudo
Esta é a primeira parte do Santuário, continuando com Alberto Feio, “legado à posteridade pela magnificência de D. Rodrigo de Moura Telles e pelo fervor dos bracarenses reformado e sustentado. Aqui principia o escadório dos Cinco Sentidos, dividido em vários corpos, formados por duplos lanços, limitados por pequenos pátios, adornados com fontes alegóricas e heráldicas, ornamentados no estilo rocócó (uma adaptação do estilo francês rocaille ao gosto nacional). Esta obra é ainda de Dom Rodrigo, não pode o ilustre restaurador vê-la concluída, visto ter sido surpreendido pela morte em 4 de Setembro de 1728.
Quem terminou esta parte foi os seus sucessores na confraria com recursos de certa maneira singular. A Companhia de Jesus, estabelecida no Colégio de São Paulo, pretendendo monopolizar o ensino no seu colégio, intentou um litígio contra todas as instituições que ministravam o ensino, particularmente com os Padres da Congregação do Oratório ( Congregados ), dado que até então tinham o monopólio do ensino em Braga. Azedou-se a questão quando numerosos estudantes se manifestaram em ruidosas arruaças contra os Jesuítas. Estes em réplica conseguiram fazer prender alguns e mandá-los em levas para Lisboa, apelidando-os de malfeitores que, com a sua acção, perturbavam o sossego da cidade. Em Lisboa foram soltos e recambiados para Braga, mediante o pagamento de avultadas multas. Mas os padres da Companhia, na tentativa de amenizar o problema, pois a animosidade da população contra o que classificavam de violência inaudita o facto de os estudantes não poderem escolher quem lhes ministrasse a instrução, de não quiseram os Padres de S. Paulo, receber o dinheiro. E assim resolveram entregá-lo à Confraria do Bom Jesus, para a feitura da estuaria em pedra que ornam o escadório, pois sabendo de ante mão que os bracarenses tinham com o Bom Jesus um carinho especial, certamente se conformariam com esta dádivas. (…)
 (…) O ESCADÓRIO DOS CINCO SENTIDOS Como no anterior caderno dissemos, as estátuas do Escadório dos Cinco Sentidos foram devidas ao gesto dos Padres Jesuítas. Eles mesmo é que escolheram o figurado, símbolos e dísticos. Foram buscar à Bíblia e à Mitologia os exemplos, numa promiscuidade que a Mesa Censória, em Edital de 22 de Abril de 1774, julgou indecorosíssima e indecentíssima. Disto resultou, serem caçados os Breves com as grandes indulgências concedidas pelo Papa Clemente XIV, visto terem considerado que essas indulgências como obtidas ob-repetício e como tal proibida sob pesadas sanções. Estes breves tinham sido concedidos graças à acção do arcebispo Dom Gaspar de Bragança e com o auxílio dos banqueiros de letras romanas António da Silva Teixeira e Boaventura Miguel Aranha, o primeiro residia em Roma e o segundo em Braga. Contribuiu esta medida para que de novo a devoção e afluência de romeiros quase desaparecesse e, com a consequente dádiva de esmolas. Para dar satisfação à Mesa Censória, foram mudados os nomes das imagens e os dísticos que tinham sido aproveitados da Mitologia. Assim Argos passou a chamar-se Vir Prudens; Orfeu – Iditihum: Jacinto – Vir Sapiens: Ganimedes – Joseph, e Midas – Salomão. Os letreiros foram também substituídos. Dom Gaspar não desanimou e esperou altura oportuna para de novo pedir as indulgências que atrairiam de novo ao Bom Jesus os romeiros. Morto Dom José sucedeu-lhe Dona Maria 1ª, que afastou o Marquês, um dos maiores opositores ao sucesso do Bom Jesus.
Ora bem, a real mesa sensória não foi senão a Inquisição ao serviço da politica iluminista e absolutista do Marquês de Pombal pelo que a censura contra "actos heréticos" foi substituída pela repressão contra os jesuítas, vistos como uma ameaça ao poder régio, por entre eles se encontrarem muitos pensadores contrários à teoria do direito divino dos reis.
Como se calcula, a intervenção sensória do Marquês de Pombal terá tido pouco a ver com a catolicidade e quase tudo a ver com o ódio particular que este grande estadista votava aos jesuítas que acusava de serem "ímpios e sediciosos" pela simples razão de que lhe faziam frente porque eram poderosos em Portugal desde a restauração!
A fonte de Diana faz pouco sentido mitológico enquanto referência a planetas alquímicos porque enquanto Diana Lúcia era deusa lunar e este astro ficou logo à estrada como esposa do sol, como ficou referido já.
Se o arco e flecha a podem identificar como deusa da caça já a esfera armilar teriam pouco a ver com ela pelo que é bem possível que tenha sido esta a primitiva fonte de Júpiter onde o arco de flechas tipo besta em cabo de pistola simbolizariam os raios das tempestades de Júpiter de que a esfera armilar seriam o símbolo da soberania urbi et orbi! De facto, o Sagitário, signo do zodíaco, na astrologia é considerado “o domicílio do planeta Júpiter”! Os raios são dardos flamejantes com que o deus do céu, Júpiter Tonante, descarrega a sua ira sobre a Terra! O feixe de raios de raios que simboliza Júpiter, Zeus e Indra é “uma espécie de grande fuso de onde saem vários dardos em ziguezague. Às vezes esse fuso pode aparecer em forma de lança pontiaguda, de tridente ou de outro instrumento semelhante” como a besta, por exemplo.
Aceitando que a atrapalhação com que o arcebispo recebeu a decisão pombalina da mesa sensória fez com que se viessem a baralhar a ordem e significado das fontes podemos aceitar que as cinco fontes dos planetas seriam nem mais nem menos do que os cinco dias da semana que se seguem aos dias do sol e da lua. Na verdade, mesmo aceitando que são mesmo meros nomes de planetas é obvio que a sua ordem não está de acordo com a astronomia clássica, que seria: Lua, Mercúrio, Vénus, Sol, Marte, Júpiter, Saturno; nem com a do renascimento: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno.
Solis dies = dia do Sol = prima feria.
Lunae dies = dia da Lua = secunda feria.
Martis dies = dia de Marte = tertia feria.
Mercurii dies = dia de Mercúrio = quarta feria.
Iovis dies = dia de Júpiter = quinta feria.
Veneris dies = dia de Vénus = sexta feria.
Saturni dies = dia de Saturno = septima feria.
Assim a fonte de Júpiter seria a que se supõe ser de Diana e a de Vénus a que se supões ser de Júpiter. O dia de Júpiter e da de quinta-feira teria passado para primeiro lugar por causa da seta do bom percurso alquímico e a de Vénus, deusa das prostitutas, foi simplesmente deslocada para parte incerta por ser indecoroso mostra-la ao público num santuário dedicado ao Bom Jesus. No entanto, baralhadas por atrapalhação de arquitectos e pedreiros perante a ira pombalina contra os jesuítas ou por astúcia alquímica a verdade é que os deuses dos dias da semana estão lá todos.
Ora, este facto não pode ser despiciendo nem um indício de saber templário e maçónico do arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles porque seguramente que fariam parte de antiquíssima tradição do local que as obras de restauro se terão limitado a manter com escrúpulos de arqueólogo e de garante de continuidade de saber iniciático de arcaicas origens.
Martinho de Dume é também uma figura de capital importância para a história da cultura e língua portuguesas; de facto, considerando indigno de bons cristãos que se continuasse a chamar os dias da semana pelos nomes latinos pagãos de Lunae dies, Martis dies, Mercurii dies, Jovis dies, Veneris dies, Saturni dies e Solis dies, foi o primeiro a usar a terminologia eclesiástica para os designar (Feria secunda, Feria tertia, Feria quarta, Feria quinta, Feria sexta, Sabbatum, Dominica Dies), donde os modernos dias em língua portuguesa (segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado e domingo), caso único entre as línguas novilatinas, dado ter sido a única a substituir inteiramente a terminologia pagã pela terminologia cristã. (…)
Martinho tentou também substituir os nomes dos planetas, mas aí já não foi tão bem sucedido, pelo que ainda hoje os chamamos pelos seus nomes clássicos pagãos.
Não ficou nada escrito sobre esta batalha de S. Martinho de Dume pela criação do ritual bracarense e a abolição de elementos linguísticos pagãos nos nomes dos dias da semana mas aceitamos que isso se terá ficado a dever ao facto de o cultos dos deuses destes dias fazer parte, desde tempos imemoriais, do percurso iniciático da subida do monte Espinho de Tenões. Por S. Martinho não ter conseguido eliminar o nome destes deuses da astronomia e por o sol e a lua serem já astros sem culto popular (por já não serem vistos como deuses) é que as capelas dos deuses da semana do parque passaram a fontes de planetas.
Mas seria bem assim?
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Figura 25: Fontes dos sentidos!
Termina a primeira fase e entramos na segunda, cujo primeiro elemento é o crocodilo e o último a estátua de S. Longuinhos. Incrível, não é?
Desta vez o umbral tem duas maravilhosas fontes serpentes.
E damos início, logo após as fontes das imponentes serpentes (de vários metros), ao escadório dos cinco sentidos. Aqui é preciso relevar as estátuas mitológicas antes de lhe terem mudado os nomes, e naturalmente o mito que lhes estava associado a quando da construção da via iniciática, antes do cabido da sé a modificar por a considerar indecentíssima e indecorosíssima:)
Esta nova etapa começa com a fonte das cinco chagas, e tem uma frase maravilhosa: «PURPUREOS / FONTES ODIUM / RESARAVIT / ADOXUM / NUNC IN CHRISTALLOS HIC TIBI / VERTIR AMOR», o que em tradução de Alberto Feio dá: «Rubras fontes abriu o ódio amargo, para ti agora o amor aqui as converte em cristais».
Nem vou pegar na símbologia associada ao vermelho e branco, mais tarde vermelho e verde. Porque senão nunca mais saio daqui... passemos para o escadório dos 5 sentidos.
1ª Fonte da Visão. Símbolos: sol e águia – visão. Mitologia: Argos Panoptes. Latim: «Eu vejo uma vara vigilante», «Aqueles que, feridos, a olhavam, saravam».
2ª Fonte da Audição. Símbolos: boi/touro – ouvidos. Mitologia: Orfeu. Latim: «Ao meu ouvido darás gozo e alegria», «Tua voz soe aos meus ouvidos».
3ª Fonte do Olfacto. Símbolos: cão – nariz. Mitologia: Jacinto. Latim: «Varão sábio. Dai flores como o lírio e rescendei suave cheiro», «Percebeu o Senhor um suave cheiro», «A tua estatura é semelhante a uma palmeira... e o cheiro da tua boca é como o das maçãs».
4ª Fonte do Paladar. Símbolos: macacos – boca. Mitologia: Ganimedes. Latim: «Provei um pouco de mel na ponta duma vara; e eis porque morro...», «Prova o pão, e não nos abandones, como o pastor no meio dos lobos».
5ª Fonte do Tacto. Símbolos: aranhas - mulher, cântaro. Mitologia: Midas. Latim: «As minhas entranhas estremeceram ao seu toque», «Tocou a minha boca», «Chega-te a mim, meu filho, para que te toque».
Mais do que uma via iniciática, quase parece tântrica, não?
Há ainda a assinalar, relativamente ao escadatório dos cinco sentidos, que em todas as suas fontes encontramos a presença de cinco interessantes castelos ou torreões formados por quatro taludes e uma porta. Fulcanelli diz-nos o seguinte a propósito da representação do Athanor alquímico: "Os fornos estão representados como se fossem torreões com os seus taludes, as suas ameias, as suas seteiras". O Athanor é o seio no qual se juntam os quatro elementos (torreão quadrado com quatro taludes) que são zelosamente vigiados (as ameias) com o objectivo de alcançar a obra (seteiras), permitindo a libertação do quinto elemento (a porta).
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Figura 26: A Fonte do Pelicano, localiza-se no centro da Praça do Município em Braga.
Figura 27: Cascata da Fénix ou do Pelicano.
Faltam as outras 3 fontes, não as actuais fontes das virtudes, mas as que deveriam estar lá e foram colocadas noutro sítio...
A esquecida Fonte do Pelicano.
A fonte de estilo maneirista-joanina é da autoria do escultor Marceliano de Araújo. Originalmente encontrava-se nos jardins do Paço Arquiepiscopal Bracarense.
Ao fundo da praça vemos o pelicano a alimentar os filhos numa árvore de três níveis, que já não é fonte.
Fonte de Hércules, por detrás da igreja que culmina a escadaria, encontramos no bosque aí existente uma magnífica fonte, cujo nome se desconhece: montado sobre um ser bestial, um homem empunha na mão direita uma maça e na esquerda um escudo com um quincôncio gravado.
E, por último, a fonte da origem. Possivelmente seria para estar no cimo da escadaria... mas, agora, para a encontrar só penetrando mais profundamente no bosque, onde a encontramos num enorme rochedo no cimo do qual um homem crava uma lança na rocha, daí brotando a água original. Infelizmente, já não há lança nem água... mas ainda representa a fonte da origem.
-- http://peregrinar.blogspot.com/2008/09/o-mito-de-hrus-osris-e-sis.html
Enfim…como nada sabemos sobre a arqueologia original do parque apenas podemos especular que a actual mitologia do parque do Bom Jesus não terá aparecido por mero acaso.
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Figura 28: Fonte de Hércules.             Figura 29: Baldaquino ricamente trabalhado em rococó qual manifestação escondida no bosque do triunfo de Hércules.
O equivalente gróvio de Melicartes cartaginês seria provavelmente o deus Turiaco na estranha variante gentílica Turolici…ou simplesmeste o mais bem conhecido Cario-ceco.
Turiaco (Turiacus, Turiago, Cosus Turiacus) – Deus muito poderoso venerado no norte da Lusitânia pela tribo dos Gróvios Calaicos. É o Deus do Poder, é o Senhor da Guerra e o Rei do Povo que o adora.
Turolici - Divindade adorada pelas tribos Calaicas.
Turolici < Turolico < Turcaulio > turcolento ó Hércules.
Ma-Cario (Macarius, Magario) – Deus da nutrição e protector da natureza. Está ligado também aos ciclos das estações, principalmente do Verão como Vertumno. Na mitologia Lusitana é também um Deus naturalista da caça, da beleza e da fertilidade; é uma divindade instintiva e ciumenta; era o Padroeiro dos casamentos, dos jovens e dos viajantes. Equivalente a Himeneu / Hermes / Apolo…ou a Hércules?
Cario-cecus ou Mars Cario-cecus era o deus da guerra na mitologia lusitana. Era o equivalente lusitano para os deuses romanos Marte e para o grego Ares.
Os lusitanos praticavam sacrifícios humanos e quando um sacerdote feria um prisioneiro no estômago fazia previsões apenas pela maneira como a vítima caia e pela aparência dos intestinos. Os sacrifícios não estavam limitados a prisioneiros mas também incluiam animais, em especial cavalos e bodes. É o que diz Estrabão, "ofereciam um bode, os prisioneiros e cavalos". Os lusitanos cortavam a mão direita dos prisioneiros e as consagravam a Cariocecus.
Maran-Dico (Marandicus)– Deus máximo e montanhoso adorado por algumas tribos de Calaicos. => Marão.
Mir-Obieo (Mirobieus, Mirobico) – Divindade adorada por tribos Lusitanas do centro. < Miro-Brico, deus de Miróbriga e por isso possivelmente e apenas Milober, senhor da cidade como Melicer e Melcartes.
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Figura 30: S. Salvador do Mundo, continuação de santuário rupestre de S. João da Pesqueira.
Há um aspecto no nome do Bom Jesus que aponta para o facto de estarmos em presença de uma tradição muito antiga e que o facto de Braga se reclamar da primazia sobre as Espanha pode ter a sua razão que o mito de Santiago de Compostela pode ser um mero indício. Por alguma razão que se perdeu no tempo, Santiago, irmão de S. João veio refugiar-se em Braga onde existiria uma comunidade judia possivelmente muito antiga desde o tempo da colonização fenícia e do domínio dos barcaros (e so depois brácaros com os romanos que odiavam os barcas) que se calhar até deram nome a Braga se é que não retiraram dele o gentílico. Na verdade o culto do Bom Jesus e a tradução literal do culto do Bom Salvador do Mundo.
Jesus | Cristo = Cresto = Bom | = Bom | Jesus = Jeshua = Soter = Salvador.
A utilização da terminologia popular de Bom Jesus como possível significado original de Jesus Crestos ou de Crestos Savator sugere uma tradição cristã minhota muito primitiva, precisamente do tempo do cristianismo judaico liderado por Tiago de Jerusalém. Esta tradição iria de Matosinhos a Braga ou seja, seria comum ao rito bracarense. Por sua vez, seria correlativa do culto de S. Salvador do Mundo, título estranho que implica uma ideia de Cristo como Santo e não ainda como Deus, como só veio a acontecer depois de Constantino. No Brasil a tradição do Bom Jesus de todas as misericórdias anda sempre associado ao de S. Salvador. O culto do mundo cristão é tão limitado aos povos latinos que se pode quase arriscar que serão todos de origem galaico-portuguesa.
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Figura 31: homenagem se ao Bom Jesus de S. Salvador da Baia.
Conta-se que Santiago, um dos apóstolos de Cristo teria visitado o noroeste da Península Ibérica em 44 d.C. Uma das suas visitas terá sido à Serra de Rates, no actual concelho da Póvoa de Varzim. Durante esta visita, o apóstolo terá ordenado bispo São Pedro de Rates, tornando-se este último o primeiro bispo de Braga.
Isto terá sido um mito, dado que está provado que Santiago terá celebrado a Páscoa em Jerusalém nesse mesmo ano.
Mítico ou não a verdade é que a tradição aceita uma cadeia de bispados sem interrupção desde São Pedro de Rates, quiçá um plagio de S. Pedro de Roma. Segue-se-lhe São Basílio de Braga, de 60 a 95 e Santo Ovídio.
Segundo as hagiografias do século XVI, era um cidadão romano de origem Sicíliana. A tradição afirma que foi enviado para Braga, Portugal, pelo papa Clemente I, onde foi o terceiro bispo no ano 95. Foi mártir pela sua fé cristã no ano 135.
No ano de 44 da era de Jesus Cristo, passeava pela praia de Matosinhos um ilustre cavaleiro da Maia, Caio Carpo Palenciano, com a sua mulher Claudina e vários parentes e amigos. Cavalgava o grupo pelo areal quando alguém vislumbrou uma barca que se dirigia para norte. Os cavaleiros e as damas pararam todos para apreciar o ritmo e a beleza da embarcação, quando inexplicavelmente o cavalo de Caio galopou para dentro do mar, apesar de este o tentar evitar, como se fosse obrigado por uma força desconhecida. Cavalo e cavaleiro imergiram no mar e desapareceram para ressurgirem perto da barca, para onde subiram cobertos de vieiras. Quando perguntaram à tripulação o motivo deste fenómeno e qual a razão da sua viagem, estes explicaram que eram discípulos cristãos de um homem chamado Tiago. Tinham fugido de grandes perseguições, levando o corpo do seu Mestre para terras de Espanha, onde Tiago tinha pregado o Evangelho. Segundo estes homens, o fenómeno ocorrido com Caio e o seu cavalo poderia ser explicado pelo facto de ele ser um escolhido de Nosso Senhor. As vieiras eram o sinal de Santiago que queria ver Caio abraçar a lei de Deus. Comovido, Caio foi ali mesmo baptizado com água do mar e, quando voltou para junto dos seus familiares e amigos, a todos converteu com o extraordinário feito de Santiago.
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Figura 32: Bom Jesus de Matosinhos.
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Figura 33: Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Congonhas - Minas Gerais.




























[1] http://peregrinar.blogspot.com/2008/09/o-mito-de-hrus-osris-e-sis.html
[3] Fonte: IPPAR, Artur Ledesma
[4] -- Percurso alquímico na escadaria do Bom Jesus de Braga, José Ramos, Investigador e Director da Nova Acrópole Coimbra.
[5] Idem.

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