sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

AS DEUSAS DAS LEIS, DO CRIME E DO CASTIGO, por arturjotaef


TÉMIS

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Figura 1: Témis em postura de deusa dos oráculos que permitiam à Deusa Mãe de Delfos justas (porque inspiradas pela divindade?) sentenças! Diante Dela Espera Zeus o oráculo relativo ao nascimento de filho de Peleu que ele iria rejeitar para não vir a ser destronado do Olimpo como ele fez a seu pai.
Antes de estar Apolo de posse do oráculo de Delfos, era Telus (Geia) que o possuía e divulgava; mas em tudo estava a meias com Neptuno. Dito de outro modo, Telus era esposa de Poseidon e ambos deuses tutelares da talassocracia cretense.
Pre-Hellenic Creatress. Her children were Themistes, Oracles. She founded the oracle of Delphi long before it was taken over by Apollo. Egyptians called Her Temu, spirit of the fertile Abyss that gave birth to all things in the beginning.
Depois, Telus cedeu a Témis os direitos de tutela sobre Delos que, por sua vez os terá cedido, um pouco à força na época das invasões dóricas, a Apolo. Tudo maneiras lendárias de dizer que as forças político-religiosas mudaram como a roda da fortuna e também que o nome dos deuses terá mudado bruscamente possivelmente durante o reinado de Tudália IV.
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Figura 2: Témis, a deusa grega das leis e da justiça.
Témis era a deusa grega da justiça que presidia à assembleia dos deuses. Era um a titânide filha de Urano e de Gaia, e segunda mulher de Zeus. Era uma divindade da segunda geração, criada, juntamente com Nemesis — a deusa da ética — pelas moiras. Témis utiliza a balança e a espada, buscando o equilíbrio de sua decisão e a força para sua realização. Diferente da deusa Dice, ela não é cega. Empunha a balança, com que equilibra a razão com o julgamento. E também empunha a espada, que é a força para aplicar o juízo.
Ki, a deusa dos «temas» fumegantes das fontes sulfurosas de oráculos telúricos como eram os de Delfos. Desta mesma fonte étmica terão surgido os sumérios me(s).
Deste modo é bem possível que o termo original tenha sido um genitivo na forma mesh < Ma-ish, lit. “(coisas) da mãe > Maat!
De facto, filha de *Kima foi também Tiamat que, na suméria Tiamat era de facto a deusa dos més tecidos pelas leis primordiais, e agora, sim Temis, não por mera relação de contingência retórica, era também Témis, a deusa da proclamação das sentenças dos tribunais. De facto, Témis, enquanto Tiamat, não terá sido senão um heterónimo de Telus Geia e de Tétis.
Nemesis < Na-Mesis, lit. “Sr.ª dos més”.
Témis < Themi-ash < *Kima-ish ó *Ki-mesh.
= *Me-at Ki = Maat-ish ó Métis < Metish < Ma-*Thush > Medusa!
Themis < Themish < *Ki-ama-ish > Tiamat.
                                 > Thamush > Tamuz.
Tiamat <*Ki-Ama + ish > Themis, < Te(ia)-mesh, lit. “deusa dos mesh”.
Télus foi também chamada Titéia.
Titéia < Teteya < Micen. *Teti-ja < Teticha > Teti-ish > Tetis.
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Figura 3: Cesta mística.
Are they not also pomegranites, fig branches, ivy leaves, round cakes and poppies? In addition there are the un-utterable symbols of Ge-Themis, majoram, a lamp, a sword and a woman's comb?" [kteis - symbol of her genital organ] (Mylonas 274).
Este facto é reforçado pela prova da existência do conceito Ge-Themis, lit. as leis naturais da vida” representadas por símbolos sexuais possivelmente guardados na “cesta mística” dos cultos eleusinos de Deméter

MÉTIS

=Métis, a deusa dos «bons concelhos», e Témis podem ser etimologicamente a mesma divina pessoa, tanto mais que se referem a nomes que são verdadeiros anagramas mútuos. Neste grupo semântico se pode incluir, sem sombra de dúvida a deusa da verdade Egípcia, Maat < Ama-at, «a filha da mãe, ou apenas ...a mãe mulher», sentido este que estará mais próximo do de Deusa Mãe primordial!
Segundo Hisíodo, Zeus foi casado sete vezes desposando sucessivamente Métis, Témis, Eurinome, Deméter, Mnemosine, Latona e Hera, sua irmã. É quase seguro que todas estas deidades foram variantes da mesma deusa mãe primordial que era Tiamat na suméria.

PRUDÊNCIA
Métis era a deusa grega da prudência, filha de Tétis e Oceanus. Foi a primeira esposa de Zeus, que lhe forneceu a bebida que fez Cronos regurgitar todos os filhos que havia engolido. Quando Métis estava grávida da deusa Atena, Gaia profetizou que seu filho iria destronar seu pai, Zeus. Em Roma, correspondeu à deusa Prudência.
Métis < Maat < *Muh-hat.
Proud = late O. E. prud, prute, probably from O. Fr. prud, oblique case of adj. prouz "brave, valiant" (11c.), from L. L. prode "advantageous, profitable" (c.200), from L. prodesse "be useful," from pro- "before" + esse "to be." The sense of "have a high opinion of oneself," not in O. Fr., may reflect the Anglo-Saxons' opinion of the Norman knights who called themselves "proud." O. N. pruðr, probably from the same O. Fr. source, had only the sense "brave, gallant, magnificent, stately" (cf. Icel. pruður, M.Swed. prudh, M.Da. prud). -- Online Etymological Dictionary.
Da deusa da Prudência ao orgulho dos nórdicos não foram possivelmente senão passos em falso ainda hoje percorridos por eminentes etimologistas. Obviamente que o Lat. prodesse é uma forma verbal infinitiva com o significado de “realizar” algo que possa ser considerado uma «proeza» < Fr. proeusse (s. f. acção de valor; • façanha; • feito) de que possamos orgulhar-nos, e assim regressamos efectivamente e por bom caminho cheio de preconceito do orgulho em inglês. Então rectificando o Online Etymological Dictionary teríamos:
Engl. Proud < O. Fr. proeud–esse < Fr. proeusse < Lat. prodesse
< prode (< Lat. prod-o, ere, idi, itum) + essere     > «proeza».
Se bem que a Prudência tenha muito a ver com a divina Providência não são obviamente o mesmo nome nem terão sido a mesma e «pródiga» divindade. No entanto, como parece ser o único termo latino em prud-, é aceitável que seja uma corruptela de uma antiga *Prodentia.
Pruden-tia < *Prodentia < Phro-Dan-tia, lit. a deusa que leva à frente o Dan (“deus menino”), a cobra do disco solar alado.
Phrod- | Enti-ha < Enki-Ka | < *Kur-Ki En-Ki-Ka ó Sr.ª Afrodite.
Aristóteles parece ter inventado um conceito que foi traduzido por Jean Tricot como prudência, como se os escolásticos não soubessem nem grego nem latim. De resto, a fronesis aristotélica parece ser descrito como qualidade moral da aquisição do conhecimento prático definido em contraponto com a sabedoria especulativa quando na verdade seria a aplicação desta como arte de bem “saber viver” o que nos reporta mais para a psicologia do que para a ética porque se o que custa não é viver mas “saber viver” já a sabedoria depende tanto da inteligência racional como sobretudo da esperteza ou sagacidade, ou seja, da “inteligência emocional”, que seria afinal a fronesis aristotélica.
La Phronesis ou phronèsis (φρόνησις en grec ancien) est un concept aristotélicien. Employé en particulier dans l'Ethique à Nicomaque (en particulier le livre VI), ce terme a été traduit par Jean Tricot «prudence». Une traduction récente, de Richard Bodéüs, a choisi de le traduire par «sagacité». En anglais, il est le plus souvent traduit par «practical wisdom» («sagesse pratique» ; par opposition à la «sagesse théorétique», définie en VI, 7) bien que le mot «prudence» soit aussi parfois utilisé. L'exposition de la «prudence» au livre VI de l' Ethique à Nicomaque est particulièrement complexe lorsqu'on entre dans les détails, et suscite encore bien des débats parmi les commentateurs. A diferencia de la sofía, la frónesis es la habilidad para pensar cómo y por qué debemos actuar para cambiar las cosas, especialmente para cambiar nuestras vidas a mejor. Prudencia viene del latín prudentia, y esta del griego phronesis. Su definición era 'conciencia', o sea comprender la diferencia entre el bien y el mal. La palabra phronesis viene de phroneo, que significa 'comprender'. (Véase también providentia, 'ver antes, anticiparse').
O termo grego froneo parece ter sido tutelado pelo deus Poros.
Platon fait d'elle (Metis) la mère de Poros, qui désigne d'abord le passage, le chemin, puis l'expédient. Poros o Poro (en griego Πόρος, ‘senda’, ‘camino’) era, en la mitología griega, el daimon o espíritu que personificaba la oportunidad, la conveniencia, los medios para conseguir algo y la utilidad. (…)
La versión órfica afirma que Poros y su hermano Tecmor nacieron de Thesis (la creación). Platón recoge una tradición posterior en la que esta diosa se identifica con Metis, el poder de la generación, y con el nombre de Thesis-Metis la hace madre de Poros y de Penia (la pobreza), narrando a continuación una romántica versión de cómo nació el amor:
Cuando terminó una fiesta en honor a Afrodita a la que habían sido invitados todos los dioses, Penia acudió para pedir las sobras. Poros había bebido demasiado y se había tumbado en el patio para descansar. La Pobreza creyó por la pose de éste que se hallaba en la misma situación, y creyendo haber encontrado un semejante, quiso tener un hijo con él. De su unión nació el Amor, que si bien siempre sigue a Afrodita por haber nacido en su casa en un día a ella consagrado, en muchas ocasiones se reviste de pobreza y vaga por las calles. Como su padre, atenta contra la riqueza y el bienestar, haciendo que los hombres se peleen unos contra otros.
Hesiod's account is followed by Acusilaus and the Orphic tradition, which enthroned Mètis side by side with Eros as primal cosmogenic forces.
Um amor que nasce na casa de Afrodite filho de Penúria e da esperteza de Poro só poderia mesmo ser uma forma de devoção a Afrodite Pandemos sublimada por Aristóteles em fronesis.
Mas obviamente que bem antes das especulações peripatéticas já havia a intuição da importância da sabedoria aplicada à arte de saber viver na forma prudencial. Da cultura religiosa comum os católicos herdaram assim a virtude cardinal da Prudência…que os gregos identificavam com Metis.
La Prudencia es la virtud de actuar de forma justa, adecuada y con cautela, definida por los Escolásticos como la recta ratio agibilium, para diferenciarla del arte recta ratio factibilium.
Los antiguos simbolizaron la prudencia por una efigie que, como Jano, tenía dos caras una de joven y otra de anciana. Los egipcios la representaban por una serpiente de tres cabezas, una de perro, otra de león y otra de lobo, dando tal vez a entender con ello que el hombre prudente debe poseer la astucia de la serpiente, la paciencia del perro, la fuerza del león y la agilidad del lobo.
Prudência, na mitologia é o nome romano de Métis, a deusa da prudência.
Ora Metis era literalmente a deusa das leis divinas de Enki, os mês! Significa isto que o que Aristóteles pretendia a sua singularidade da via do conhecimento pela fronesis seria uma das miríades de meios com que Metis prodigalizava o saber aos humanos. De resto, tanto a Prudência quanto a fronesis teriam o étimo de Afrodite e da espuma epiléptica ou dos ataques de «frenéticos» dos intoxicados com perigosas poções mágicas que permitiam o acesso ao saber «profético» dos antros cavernosos dos oráculos.
«Profeta» < Lat. propheta < Gr. pró-phétes < Kurki-tes
«Frenéticos» < Gr. phren-etikós < Gr. phrén, phrenós, espírito
ó phro-neo, conhecer (com o espírito) < Kur-na.
> Fornax = “forno” e a deusa de cozer o pão.
«Curso» < Kur-ush > Phoros (> lat. forum) Poro.
No entanto, se quisermos mesmo aceder aos mistérios mais recônditos do saber temos que descer às profundezas da consciência humano intuída pelo calão de cariz sexual. Conhecer em sentido bíblico é «fornicar» nos fornos da luxúria de Afrodite onde se coze o pão aos «cornudos».

Ver: NASCIMENTO DE ATENA (***) & MAAT (***)

A beberagem que Métis deus a Saturno foi a cerveja com que Istar embriagou o deus Enki para lhe roubar os més, as “tábuas do destino” (necessárias ao saber profético), tal como Isis embebedou Ra para lhe conhecer o secreto nome, chave que dava acesso a esse mesmo saber mágico! Por sua vez, a deusa egípcia Maat era uma autêntica personificação da verdade e das leis do divino equilíbrio cósmico, ou seja, uma alegoria dos mês.
Assim, estas comparações míticas permitem desfazer algumas embrulhadas míticas e dar conta de que, afinal, Ra era Saturno que por sua vez era Set, pois, como Enki era Urash e o senhor do Kur, podemos inferir o seguinte:
Iscur-an = Kur-ash-an = Ki-Urash-an
= *Kiash Urano = Set-(u)Ra-an = Sat-Urano = Saturno.
O interessante é que deste parto nasceu Atena vestida como Tétis, ou seja Zeus, ainda casado com Témis, engoliu Métis e pariu Tétis. Ou então Métis e Tétis eram heterónimos da mesma deidade titânica. No entanto, diz a mitologia que Tétis > Métis ó Témis.
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Figura 4: Atena Koruphagenes. Painted by Phrynos (560-550 BCE).
"[Zeus], além de Hera, esteve apaixonado por uma linda filha de Oceanos e Tetis, de longos cabelos, Metis que ele enganou, apesar de muito diligente, porque ele a arrebatou com as próprias mãos e pô-la dentro da sua própria barriga por temer que ela pudesse parir um raio mais forte que o seu; então o filho de Kronos, engulindo-a subitamente, mas então ela concebeu Pallas Athena, mas o pai de deuses e homens deu-a à luz perto do ápice de Tritão, ao lado dos bancos do rio.[1]- Hesiod, Theogony 924
Porém, esta indisfarçável confusão de identidades míticas entre Métis e Témis encontra-se muito mais bem demonstrada no mito do nascimento de Atena. E os mitógrafos modernos continuam a enredar-se nestas incongruências teimando separar o inseparável como seria o caso de Tetis.
Tétis é uma das Nereidas, filha de Nereu e Dóris.
Elle ne doit pas être confondue avec son homophone Téthys, une divinité marine primordiale.
Dans la mythologie grecque, Téthys (en grec ancien Τηθύς / Têthýs) est une déesse marine archaïque (on rencontre parfois la graphie incorrecte Thétys). Elle ne doit pas être confondue avec son homophone Thétis (Θέτις), une Néréide, mère d'Achille. --Wikipédia
Na verdade, o facto aberrante de Zeus ter engolido a própria esposa encobre mal um subterfúgio operático, tipo deus «ex machina», para obviar o desconforto que seria para os mitógrafos antigos darem conta de que o divino e sapiente Zeus estava casado com duas esposas que eram, afinal a mesma entidade.
Se Métis era a deusa da «ponderação» e Témis, da «justiça» como uma coisa sem a outra nada são era óbvio que se tratavam da mesma entidade mítica, ainda por cima com nomes parecidos e com as mesmas funções proféticas.

TËMU

E entre sabedoria e inteligência será que existiu alguma coisa de comum sob o ponto de vista semântico, pelo menos? Entre os sumérios parece que o «gesto» era tudo ou então, o que é mais sério pensar, seriam as «atitudes» próprias de quem era sábio e instruído que faziam com que o «saber ser» tivesse muito a ver com o «saber estar» e actuar!
Uma coisa desde logo salta à vista: se do sumério gestu (= inteligência) a «gesto» (= atitude) vai «um salto duma pulga» daquele a Gestinu (deus do vinho) vai ainda menos o que, quiçá, se explica pela relação do saber com a bebida tal como foi expressa no mito anterior onde parece inferir-se que, por um lado a bebida era própria de quem sabia produzi-la e por outro parece que ao alegra o coração dos homens também os ajudava a serem mais tolerantes e sábios!
Ges-tu (= inteligência) < ge-ast(u) < *Kiast > Vesta.
            Engl. «ghost» <                 > «gesta» / «gesto»!
Porém, nesta discussão sobre *Kime o que importa realçar será a origem da saber e a sua muito provável relação com a deusa mãe que desde sempre foi a primeira mestra dos seus filhos pelo menos na intenção de os incentivar a serem espertos e sabidos!
Thinking, feeling, knowing and afterlife were located in or linked to the body. Here, as in the Sumerian concept, intelligence (gestu) is inseparable from the body. Transferred to humanity through the blood of the god, it might be expected that intelligence is extinguished with death (but it is not so, once in the myth of Atrahasis, the spirit of the slain god can be heard in the drumbeat of creation, or life-force that pulsates in everything that was, is and will be). Tzvi Abusch claims that tëmu (intelligence) represents the link between life and afterlife, because it is phonetically present in the word etemmu. In fact, only etemmu, the spirit (in Sumerian gidim) survives death, it is the spirit of the dead. It has been suggested that etemmu is the ghost, not the spirit because the word is used only in conjunction with the dead. But etemmu is conceptualized as being integral to the whole body beginning with creation. The spirit is the "form-giving" element and at death this form survives. Intelligence, however, is never mentioned in conjunction with the spirit-ghost of the dead.-- [2]
Em conclusão pouco mais se adianta deste arrazoado de suposições do que sempre foram as crenças populares a este respeito. Que a inteligência vinha do espírito, ou «sopro de vida» divina, propriedade da alma e não do corpo e que, por ter sido dada pelos deuses, sobrevivia aos mortos!
Ora, se tëmu significou também inteligência em sumério em relação com aspectos que não eram meramente relativos à metáfora da sagacidade da «Morte», mas que poderiam ir até ao sopro divino dos espectros é porque estamos no bom caminho da semântica porque...a morte foi sempre um reduto final da Deusa Mãe, que por isso mesmo foi chamada Mut, Mot, Maura > Moira > Maria > Mara!
Adiante se verá que acabaria também como Megaira, uma das Erínias.
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Figura 5: deusa alada lutando com um dos Titãs primordiais, possivelmente uma metáfora de lutas arcaicas contra a hegemonia cultural da antiga talassocracia cretense ou do império hitita que lhe sucedeu!
O mais interessante e espantoso de tudo isto é darmos conta de que o núcleo semântico que relacionava a inteligência com o espírito ter sido sempre o “sopro divino” que entre os egípcios chegava a ter duas formas: uma própria do “espírito vital” dos vitalistas, que era o ka, e outra relativa ao
“espírito pensante” que era o ba!
Pois bem, a semântica do “sopro divino” começou relacionada com o provérbio de que “não há fumo sem fogo”, ou seja com a manifestação dos espectros dos deuses do fogo que se verificou ter estado a cargo de uma das manifestações de Vesta, a  deusa dos «fumos» da Fama.
Fama < Phima < *Kima > Themi(s) > tëmu.
De resto, toda a inteligência tem «mote & tema» para desenvolver e assembleias onde se expressar e desenvolver!
Ora, Temis era a deusa dos “temas e motes de conversa” das divindades e por isso presidia ao começo e ao encerramento das assembleias olímpicas, e assim a deusa da eterna justiça!
De resto, a relação do nome destas deusas arcaicas com os titãs é em si mesma bem significativa do seu arcaísmo pré-diluviano.
De facto, os titãs eram deuses alados como os anjos de Enki e afídeos como os deuses primordiais e o próprio Enki. O próprio nome de Témis <= Tiam-at nos reporta para o conceito de *Tiam, deus virtual de que Tiam-at seria o feminino! Ora, *Tiam não é senão Atum, o deus bissexual dos Egípcios. Outras deusas menos arcaicas na aparência mas de facto arcaicas em certos aspectos funcionais como seja aspecto de eterna virgem mãe de Artemisa e podem ser correlacionados com Témis.
*Tiam < Kima-hu > Damu.
Helena = Hera + An ó (deusa ou) Sr.ª Hera + Témis = deusa Artemis.
*Kar + Temis º Artemisa º *Kertu- (Macha = Maat = Metis)
Artemisa seria então um dos epítetos lunares e varonis desta guardiã das leis e da justiça da caça, e por isso mesmo relacionada com as vinganças de sangue, com os «sacrifícios humanos» de prisioneiros de guerra e com os escravos sentenciados em tribunal. Em momentos de desespero social esta deusa impiedosa chegaria mesmo a exigir o sangue dos puros e inocentes.

Ir para: TÉTIS (***)

DEUSAS DAS PENAS

Penê, Poine, Pojné ou Pena (Pœna), “Castigo” é uma das Queres, a personificação do Castigo, identificada às vezes com as Fúrias, em cuja companhia vivia.
«Pena» < Lat. Pœna < Grec. Poine < Pojné < *Posh-(A)net, literalmente a senhora potanisha, ou deusa do Pote das águas doces das chuvas do céu!
Sendo assim a deusa das penas era mesmo a Noite primordial dos gregos que foi também o céu nocturno estrelado dos Egípcios. Nut (Nuit, Newet, e Neuth) é uma deusa egípcia que representava o céu e era significativamente invocada como a mãe dos deuses.
Se la solía representar como una mujer desnuda, con el cuerpo arqueado a modo de bóveda celeste, revestida de estrellas. Algunas veces como una vaca (Mehet-Urt) o sobre su marido Geb (la Tierra) y su padre Xu (el aire) intentando separarlos (representación gráfica del mito). También se representaba como una mujer que lleva en la cabeza un jarro de agua. Sus extremidades simbolizaban los cuatro pilares sobre los que se apoya el cielo.
A relação da noite com as tenebrosas Keres aparece explicita em Hesíodo.
Na mitologia grega, as Keres espíritos femininos, filhas de Nix, a Noite, que as teve sem unir-se a outro deus, tal como foi gerada pelo deus primordial Caos. A relação destas deusas com a penalidade e a morte está latente na mitologia egípcia num dos seus mitos cosmológicos fundamentais relacionado com Nut que diariamente paria o Sol que viajando sobre seu corpo chegava á sua boca sendo devorado ao por do sol, desaparecendo depois no seu interior (o Duat) para renascer com a aurora do dia seguinte. Obviamente que uma variante muda e inefável desta deusa era A-Mut, a deusa que devorava a alma dos mortos no tribunal de Ósiris.
Na mitologia egípcia, Ammit (< Ammut < A-Mut < Ahemait) era então seguramente *Ama-Nut, a deusa mãe primordial devoradora do por do sol e dos mortos e simbolizada um animal compósito com o "traseiro" de um hipopótamo, o corpo de um leão e a cabeça de um crocodilo.
Plusieurs mois plus tard, l'enfant se trouve confronté au nomos tout aussi redoutable, et à son premier commandement: "tu ne mangeras pas ta mère". De la genèse de cette injonction, la psychanalyse nous enseigne que lorsque l'enfant éprouve la sensation de faim, il fantasme une mère terrible qui veut le dévorer et le mettre en morceaux. Il projette ainsi sur elle sa propre faim, sa propre soif et surtout ses douloureuses crampes d'estomac qui signent les appétits urgents de son ventre et qui sont en eux-mêmes comme une dévoration.
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Figura 6: Hórus Psicopompo (Hermes Trimegisto) acompanha uma alma ao tribunal de Osíris cujo coração está a ser pesado e comparado com a “leveza do ser” das penas do deus do céu, Xu, sobe controlo minucioso de Anubis perante a atenção burocrática de Tote.
(…) Il s'agit de la période qui suit celle de succion du sein maternel, lorsque la poussée dentaire l'engage à mordre sa mère et que celle-ci doit lui apprendre à utiliser ses lèvres au lieu de ses dents, à requalifier l'agression alimentaire en manifestation de tendresse. Petit incident domestique, grands effets psychologiques: c'est un verrou essentiel, celui d'une structuration irréversible: l'autre ne peut pas me manger, puisque je ne veux pas le manger. Avec le "tabou du meurtre" et le "tabou de l'inceste", le "tabou cannibalique" forme un cran de sûreté garant de non-retour, de la non-réincorporation à la mère. --  [3]
Se o tabu de canibalização da mãe completa a maturidade digestiva da fase oral da criança marca também o mito da penalidade absoluta em defesa e a cargo da Grande Deusa Mãe!
Ora, esta última representação era nem mais nem menos que a de Taveret, a variante egípcia da deusa mãe do parto e da aurora. Em conclusão, a relação da deusa das penas com a penalidade última e cósmica fica explicada pela mitologia do tribunal egípcio dos mortos.
Obviamente que os conceitos que vão da leveza do ser das «penas» ao peso e dureza da penalidades e desta à penitência religiosa e à compaixão do arrependimento revelam uma mistura entre as realidades sociais do “crime e castigo” que etimologicamente nos reportam para as deusas das Penas semanticamente para os conceitos religiosos dos juízes dos mortos.
Ora, é também neste mitema que vamos encontrar a explicação para as penas de alma e das aves dos lusitanos, ou melhor, para a confluência semântica entre três homógrafas de «pena»!
Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.
Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha. -- Luís Vaz de Camões.
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Figura 7: uma Erínia em repouso era uma “pena suspensa”!
Já o saber se o nome da deusa das Penas deriva de pura corruptela do epíteto Potinija / *Posh-Anet de *Ama-Nut ou sofreu ainda a ressonância de um dos nomes alternativos desta deusa que poderia ser Xu-ana, literalmente a filha de Xu que Nut era, é questão para deixar em aberto e no segredo dos deuses mas de que as Xoanas gregas parecem levantar a ponta do véu e explicar porque Hera se chamava Juno, Jana ou Joana, em Latim!
Na mitologia romana, Pœna aparece como mãe das Fúrias, sendo uma das Divindades Infernais e é a deusa do castigo e ajudante de Nêmesis nessa tarefa. Esta deusa latina deriva duma outra grega que era Poinê.
                               > Lat. Poena.
Poinê < Pho-in-et ó Koinê => Fauna & Fiona & (Perse)-fona
& Ti-Si-Fona.                         > PIE *kwoina.
O “koinê”, de que resultou o grego moderno e que seria a voz profunda da cultura egeia e cretense, era também o falar popular dos “coinos” que seriam o primitivo povo do mediterrâneo ocidental que adoraria a Deusa Mãe da Coina a senhora que devorava os ka dos mortos e seria por isso *Kau-Ana.
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Figura 8: Xoanon de Hera de Samos.
Un Xoanon (griego antiguo: ξόανον; plural: ξόανα, xoana) es una escultura de madera con carácter votivo que se realizaba en la época arcaica de la Antigua Grecia y estaba vinculada a los templos. (…) En el siglo II, Pausanias describió numerosas xóana en su "Descripción de Grecia", en particular, la imagen de Hera en su templo de Samos. "La estatua de Hera de Samos, como Aethilos dice, al principio fue un trozo de madera, pero después, cuando Prokles gobernaba, se humanizó su forma".
«Pena» = • (Lat. poena), s. f. dó; • piedade; • compaixão; • pesar; • mágoa; • tristeza; • sofrimento; • condenação; • punição; • castigo;
(Lat. penna), pluma; • bico de escrever; • caneta; • escritor; • estilo; • asa do rodízio de um moinho; • (Lat. pinna), (ant.) penha, fraguedo; • rocha.
Penal = "pertaining to punishment," mid-15c., from O. Fr. peinal (12c.), from M.L. penalis, from L. poenalis "pertaining to punishment," from poena "punishment," from Gk. poine "blood-money, fine, penalty, punishment", from PIE *kwoina, from base *kwei- "to pay, atone, compensate" (cf. Gk. time "price, worth, honor, esteem, respect", Skt. cinoti "observes, notes," Avestan kaena "punishment, vengeance," O.C.S. cena "honor, price," Lith. kaina "value, price").
Penitence = c.1200, from O.Fr. penitence (11c.), from L. paenitentia "repentance," from paenitentum (nom. paenitens) "penitent," prp. of paenitere "cause or feel regret," probably originally "is not enough, is unsatisfactory," from paene "nearby, almost."
A etimologia do nome desta deusa das penas apela assim para o língua mãe. Se o étimo ka era o da vida o étimo Phô seria também o nome do deus protágono da luz que ilumina os espíritos esta deusa da clarividência seria assim um primeiro esforço humano para fazer dos castigos sociais uma questão de clarificação da ordem das coisas.
Na mitologia grega, Ftono (em grego Φθονος, "inveja", "ciúme") era a personificação e o deus dos ciúmes e da inveja. Sur une peinture d'un vase grec, il apparaît même comme l'un des dieux ailés de l'Amour connus sous le nom d'érotes (Ἔρωτες / Ếrôtes, «les dieux de l'Amour») figurant dans l'escorte de la déesse Aphrodite.
Obviamente que Ftono era nem mais nem menos Fotão ou Faetonte, o filho do sol, e um dos erotes seguramente por ser o deus da luz protágona como o Eros / Amor. Adiante se verá que Adrasteia / Némesis foram em tempos recuados arcaicos deusas muito parecidas com Afrodite de quem seriam ou equivalentes ou aias de corte como as Graças e as Caridades.
Ftono < Phi-Thono < Ki-Ki-Ano > Kitano > Titono /Titonia = Dictina.
Forseti (que significa "o anfitrião") é o deus Nórdico da justiça, meditação e conhecimento interior. É também uma força de paz. Ele é filho dos deuses Balder e Nanna. Sua casa é o palácio Glitnir, que significa "brilhante". Forseti se sentava em sua sala distribuindo justiça e resolvendo as disputas de deuses e homens. Forseti prometera que, em todas as decisões em seu tribunal, ambas as partes estariam sempre em acordo. (…) Ele também é referido como Fosite. Acreditava-se que Forseti era imparcial em relação a tudo, pois só assim a verdadeira justiça seria alcançada. Forma germana: Forasizo; Forma frisona: Fosite, Foiste.
Claro que só nos contos de fadas nórdicos seria possível a existência de um deus que conseguisse ser “imparcial em relação a tudo” e que “em todas as decisões em seu tribunal, ambas as partes estariam sempre em acordo”. Obviamente que tal deus nunca existiu a não ser nas mitologias utópicas mais recentes porque toda a divindade solar tem o seu lado lunar e o dia se opões à noite tal como o sol nasce e se pões quotidianamente e como diz Eclesiastes há um tempo para tudo tal como para nascer e morrer; um para a alegria e outro para a tristeza, ora para o amor ora para o ódio e um para a paz e outro para a guerra!
Sabemos que Faetonte foi o protótipo do “anjo caído” e se Ftono ou Ptono era filho de Érebo e da Noite, que seria Afrodite Melania, parece ter tido muitas esposas mas que terminou matando-as a todas por delas suspeitar como sendo adúlteras, tal e qual como fez Henrique VIII. Obviamente que, de igual modo, qualquer um dos erotes e filhos adúlteros da prostituta sagrada que foi Afrodite acabaria por ser a personificação dos ciúmes e da inveja pelo que este deus viria a ter equivalente parcial na deusa Envidia da mitologia romana, que adiante se verá ter sido equiparada pelos romanos a Némesis, da mitologia grega. Impediria este facto de Ftono poder tido alguma relação etimológica arcaica com o nórdico Forseti? Obviamente que não, porque até mesmo Henrique VIII terá tido os seus momentos altos de grandeza moral e de justiça…que o teriam eventualmente imortalizado se tivera morrido antes de se divorciar a primeira vez!
Forasizo < Forasito < Forsaito < Forseti < Fosite < Fo-ish-te
<= Phô-Te | ish / na | => Pho-Te-Na > Fotão > Ftono < Faetonte.
Por sua vez, Poinê seria o nome de todas as “matra-fonas”, as filhas perdidas de Deméter, encarregadas pelos juízes dos infernos de por vingar os mortos e zelar pelo cumprimento dos contratos feitos entre os homens e das promessas feitas aos deuses. Esta deusa era a mãe das Fúrias e das Erínias. Uma arcaica deusa latina denominada Furrina, ou Dira, seria possivelmente a mãe da Fúrias.
Estas deusas seriam aladas como as Queres responsáveis por levar os mortos do campo de batalha, portanto vem como a morte antes do tempo, a morte cruel. Assim, quando Ares partia para Grandes Guerras convocava as Queres, já que faziam parte de seu cortejo. Após a batalha devoravam os mortos ou seu sangue e levavam as almas para o inferno.
Exista conexão evidente tanto na fonética como na semântica entre os mitos das Queres e as Valquírias de mito escandinavo. Tanto o termo grego “keres” foi usado para escolha ou destino (para a morte) e a palavra “kyrja” escandinavo Velho significa também destino ou escolha e parecem ter uma raiz comum, possivelmente conotada com o kar-ma védico, que inicialmente seria o destino ditado pela deusa mãe que tanto dava a vida como a morte e que recebia os mortos no seu seio. Ambas são espíritos de guerra que voam em cima de campos de batalha durante conflitos e escolhem os que morrem. A diferença é que as Valquírias são benevolentes em contraste com a malevolência do Queres, o que só pode dever-se a perspectivas diferente das duas culturas em relação á guerra. Na verdade, até o deus Marte dos romanos era muito mais respeitado e venerado que o Ares grego que se era importante na retórica e na poesia, mas raramente incluído no culto, salvo no arcaísmo da sociedade de guerreiros que era Esparta.

Ver: XU (***) & AS ASAS DO VENTO (***)

NÉMESIS

Nê-mes-is < *Nin-Mês-ish = “senhora dos mês (leis)”.
Hibrys < Kikurus < Kikura, ou *Ker-tu, Ker, a deusa mãe das cobra cretenses, a deusa da Terra e Senhora da Montanha
Némesis representa a força encarregada de abater toda a desmesura (Hibrys), como o excesso de felicidade de um mortal, ou o orgulho dos reis, etc.
Obviamente que se tratava de uma percepção empírica de leis que hoje fariam parte das ciências sociais e a que os orientais chamam o principio do Karma. No entanto, o termo Némesis seria uma mera tradução dum termo sumério *Nin-Mês-ish que significaria “senhora das leis”.
Como os gregos não sabiam sumério divagaram a respeito do significado dos nomes dos seus deuses e os romanos acabaram por ver nesta deusa apenas o ressentimento da inveja e do mau-olhado.
Inicialmente Nemesis Ramanussa não seria tão implacável como veio a ser porque teria sido uma deusa amorosa, variante de Afrodite possivelmente responsável pela distribuição da justa fortuna e da ajuda medicinal aos necessitados como se depreende da dupla Némesis & Elpis.
Suidas s.v. (bizantino Greek Léxico C10th D.C.): "Rhamnousia Nemesis (Nemesis de Rhamnous): Ela era primeiro modelada na aparecimento de Afrodite; isso é por que ela segurou um galho de uma macieira. Erekhtheus a ergueu, visto ser sua mãe, mas ela foi nomeada Nemesis e reinou no lugar. Pheidias lhe fez a estátua".
Némesis era tão bela como Afrodite, geralmente representada na forma alada. Certa vez Zeus sentiu uma paixão enorme perante a beleza de Némesis e resolveu possuí-la de todas as formas. Némesis procurou evitar a união com o deus transformando-se numa gansa, mas Zeus metamorfoseou-se em cisne e uniu-se a ela. Némesis pôs um ovo, fruto dessa união, e o abandonou.
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Alguns pastores o encontraram e entregaram à então rainha Leda, para esta chocá-lo junto aos dela (fruto da união de Zeus na forma de cisne e de Leda). E do ovo posto por Némesis nasceu Helena de Esparta e Pólux.
Les premières représentations de Némésis ressemblaient à Aphrodite, qui elle-même porte parfois l'épithète Nemesis. Plus tard, comme déesse de la proportion et vengeresse des crimes, ses attributs sont une tige de mesure, une bride, une balance, une épée et un fléau et monte dans un chariot conduit par des griffons.
À Smyrne il y avait deux manifestations de Némésis, plus apparentées à Aphrodite qu'à Artémis. Il est difficile d'expliquer la raison de cette dualité ; on suggère qu'ils représentent deux aspects de la déesse : l'aimable et l'implacable, ou les déesses de la vieille ville et celle de la nouvelle ville reconstruite par Alexandre le Grand.
Obviamente que nos tempos arcaicos, tal como hoje, as guerras dos sexos envolviam infidelidades, ciúmes, filtros de amor e feitiços de amarração e mau olhado, ou seja, natural seria que nas injustiças do amor cego Némesis acabasse por ser envolvida em cenas de ciúme, inveja e rivalidades amorosas.
En la mitología griega, Némesis (llamada Ramnusia, la ‘diosa de Ramnonte’ en su santuario de esta ciudad) es la diosa de la justicia retributiva, la venganza y la fortuna. Castigaba a los que no obedecían a aquellas personas que tenían derecho a mandarlas y, sobre todo, a los hijos desobedientes a sus padres. Recibía los votos y juramentos secretos de su amor y vengaba a los amantes infelices o desgraciados por el perjurio o infidelidad de su amante. Su equivalente romana, casi en todo, era Envidia / Rivalitas.
Envidia | < En-Wi < Enki- | Tia, literalmente a deusa de Enki.
Ramnusia < Ra-Min-usha < Ar-ma-nush < Karmanussa, literalmente a senhora do Carmo, ou seja, equivalente do Karma védico enquanto leis de necessidade (mês) das Keres, senhoras do destino dos guerreiros.
O Espinheiro-preto seria o arbusto Rhamnus frangula que teria dado nome a Ramnusia, deusa de Ramnonte pelas propriedades curativas e purgativas que teria, particularmente sobre os espasmos musculares dos guerreiros feridos e a a disfunção menstrual das jovens casadoiras.
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Figura 9: Némésis tenant la roue de la fortune, statue en marbre du IIe siècle, Villa Getty.
Essa é uma concepção fundamental do espírito helénico: Tudo que se eleva acima da sua condição, tanto no bem quanto no mal, expõe-se a represálias dos deuses. Tende, com efeito, a subverter a ordem do mundo, a pôr em perigo o equilíbrio universal e, por isso, tem de ser castigado, para que o universo se mantenha como é.
A palavra Némesis quis dizer originalmente distribuição de fortuna, nem boa nem ruim, simplesmente na proporção devida de acordo com as falhas de cada um. Depois, nemesis começou a sugerir o ressentimento causado por qualquer perturbação desta proporção certa, como um sentimento de justiça que não poderia permitir que tal coisa ficasse impune. O. Gruppe (1906) e outros relacionaram o termo com "sentir apenas ressentimento". Do 4º século em diante, Nemesis, enquanto equilíbrio justo da hipótese de Fortuna, poderia ser associado com Tiche.
Na verdade o mais provável é que a faceta justiceira de Nemesis se tenha tornado vingativa apenas depois das invasões persas como se depreende da lenda seguinte:
Némésis était honorée dans un sanctuaire archaïque dans la zone de Rhamnus en Attique, où elle était une fille d'Océan. Elle y est alors appelée Rhamnusia, la déesse de Rhamnus. Pausanias remarqua sa statue iconique avec une couronne de cerfs et des petites Niké, fabriquée par Phidias après la bataille de Marathon (490 av. J.-C.) à partir d'un bloc de marbre de Paros que les Perses présomptueux avaient apporté avec eux, pour en faire une stèle commémorative après leur victoire qu'ils considéraient comme acquise.
Em certas mitologias metafísica, Nemesis produziu o ovo de qual chocou dois pares de gémeos: Helena de Troia e Clytemnestra, e os Dioscures, Castor e Pollux. Enquanto muitos mitos indicam Zeus e Leda como pais de Helena de Troia, o autor da compilação de mito chamado Bibliotheke nota a possibilidade de Nemesis ser a mãe de Helena; Nemesis, evitar para Zeus, transforma-se em ganso, mas ele se transforma em um cisne e acasala com ela. Nemesis nesta sua forma de ave põe um ovo que é descoberto nos pântanos por um pastor que o passa a Leda. E seria deste modo que Leda vem ser a mãe de Helena, como ela manteve o ovo no peito até que este rebentou. (Pseudo-Apollodorus) R. Scott Smith, Stephen Trzaskoma, and Hyginus. Apollodorus' Library and Hyginus' Fabulae: Two Handbooks of Greek Mythology. Indianapolis: Hackett Pub., 2007:60.
A derrota dos poderosos persas simbolizada no bloco de mármore de Paros com que os presunçosos Persas pretendiam comemorar uma vitória antecipada mas ainda não garantida foi vista como uma vingança da justa medida de Némesis que passou a ser daí em diante a castigadora inexorável e implacável da hubris dos poderosos e dos que não sabiam ser humildes com a sua fortuna.
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Figura 10: Moeda romana onde Némesis aparece como deusa alada mensageira da justiça divina abrindo o caminho aos ditames da deusa mãe das cobras cretenses que seria Dice, Dictina ou Britomartis.
Des traditions isolées la nomment néanmoins "fille de Zeus" (Homerica Cypria, Fragment 8) sans mentionner le nom de sa mère, d'autres la prétendent née de Diké, la Justice personnifiée. Dice, Dicea o Dike (en griego antiguo Δίκη Díkê, 'justicia') es, en la mitología griega, la personificación de la justicia.
Según Hesíodo era hija de Zeus y Temis, y hermana de Eunomia y Eirene. Era considerada una de las Horas. Su equivalente en la mitología romana era Iustitia. Se la unió amorosamente al dios Dikastis y de tales uniones nacerían Homonoeia (la concordia), Dicaiosina (la rectitud) y Areté (la virtud).
E foi então que algumas correntes místicas envolveram Némesis na génese da guerra de Tróia precisamente porque Afrodite era protectora dos troianos…e mãe de Enias, e tudo isto para justificarem politicamente o papel vingador de Némesis sobre a soberba dos persas.
Némesis é frequentemente chamada Adras-teia possivelmente por ser aquela a que não se podia escapar por ser tão inexorável como as Parcas, as Moiras e as Keres e todas as filhas da Noite e da Necessidade e por isso também foi chamada Erínia, (a “implacável”) epíteto que era especialmente aplicado a Deméter e a Cibele.
Elle est généralement donnée pour la fille de Nyx (la Nuit) seule ou plus rarement de la Nuit et de l'Érèbe (Hygin et Cicéron), mais d'innombrables sources (Pausanias, Nonnos de Panopolis et Tzétzes) la présentent comme née d'Océan sans que le nom de sa mère (Téthys ?) ne soit mentionné par un seul de ces auteurs. Dans les textes orphiques, elle est généralement présentée sous le nom d'Adrastée et est donnée pour la fille née sans père de la Nécessité.
En la mitología griega Adras-tea (en griego antiguo Άδράστεια Adrasteia) era una ninfa cretense, hija de Meliseo, a quien Rea confió al infante Zeus para que lo protegiese de su padre Crono y lo criase en la cueva Dictea. En esta tarea Adrastea fue asistida por su hermana Ida y por los Curetes, a quienes los antiguos investigadores consideraban sus hermanos y que evitaban que Crono oyese al niño golpeando sus espadas contra sus escudos, ahogando así el sonido de su llanto.
Pois bem, Britomártis, também chamada Dictina (Diktynna) ou Dicte, foi seguramente a deusa mãe das cobras cretenses e, por isso mesmo, má como as cobras porque deusa do castigo pela via psicológica dos impropérios, das pragas e do mau-olhado!
Por ser irmã da deusa da paz, Eirene, facilmente seria confundida com ela em tempo de guerra e por isso facilmente se transformaria numa furiosa Erínia…obviamente por ser a Deusa Mãe como Deméter ou Cibele…bem como Inana / Istar também conhecida por Irnina.
Irnini (Irnina): Deusa caldeia de guerra identificada com com Istar.
Na verdade, Dictina é literalmente uma deusa Titania e obviamente uma forma de Dice, que, por sua vez seria apenas a deusa Ki. Dito de outro modo, A arcaica deusa cretense da justiça era um velho fóssil de várias camadas sobrepostas em torno do primitivo nome nuclear da deusa mãe que foi a Terra ou Ki.
Mas, enquanto Titania ou Tanit era a cobra do céu, ou seja, o crescente lunar. O machado duplo era o arcaico instrumento de justiça da Deusa Mãe minóica.
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Figura 11: Xu segurando a insustentável leveza do ser que era Nute, a Mãe do céu nocturno e lunar.
Seria filha de Xu por mera confusão teológica porque se era também chamada a “A Grande que pariu os deuses, criadora do universo e os astros teria que ser também a Deusa Mãe primordial.
Retomando o mitema do tribunal dos “juízes dos mortos” e postulando que Xu era a “leveza do ser” que, sendo o áxis mundis como Atlas seguraria o céu como garantindo o equilíbrio do universo, entendemos a origem do étimo da justiça romana.
Xu + Dice = Júdice > Ju-Dice-ia ó Iu(no)-s-Titia.
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Figura 12: Nemesis and Companion (probably Tyche) View of Ancient Greek vase Staatliche Museen zu BerlinAttic Red Figure Vase Painting - Greek Pottery 5th Century BC.
Con frecuência es confundida con Astrea, también hija de Zeus y Temis, siendo pues una titánide y personificando junto a su madre a la justicia. Según otras fuentes, era hija de Astreo y Eos.
(…) En la mitología griega, Astrea (en griego Αστραια Astraia o Αστραιη Astraiê, ‘la estrellada’, o también Αστραπη Astrapê, ‘relámpago’; en latín Astraea) era la diosa virgen que llevaba los rayos de Zeus en sus brazos.
Adras-teia = Deusa | Adras < Athras < Astra > Astr-ea ó Istar.
Um festival chamado Nemeseia (por alguns identificados com Genesia) acontecia em Atenas e tinha por objectivo evitar a nemesis do morto de que se supunha ter o poder de castigar os viventes se seu o culto tivesse sido de qualquer forma negligenciado (Sophocles, Electra, 792,; E. Rohde, Psique, 1907, i. 236, note eu).
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Figura 13: Estátua romana de Nemésis etrusca na forma de Rainha da Noite, variante de Prosérpina ou Ereshkigal e, por isso, rainha da justiça ao serviço do tribunal dos infernos onde os juízos dos mortos teriam foro e Negral / Hades como juiz supremo.
Na mitologia suméria esta deusa era Ki, Ninkursague ou Damkina, esposa de Enki e mãe de Istar. Obviamente que então, Adrateia seria nem mais nem menos que a filha de Dice, Gea ou Gaia razão pela qual nasceu na caverna de Dicteia, onde durante séculos de neolítico cretense terá sido ditada a lei “mafiosa” da Deusa Mãe das cobras cretenses. Assim, Adrasteia seria simplesmente Astrea e tão estrelada como Istar, a deusa da estrela da manhã que, por isso mesmo, deu nome às estrelas.
De facto, Inana / Istar acabou por vir a ser a Senhora dos temas, das leis e dos mês precisamente por os ter roubado a seu pai Enki depois de o ter embebedado com cerveja, tal como fés Ísis a seu pai Ra / Urano.
Ora, na verdade, tal roubo nunca existiu senão como mitema justificativo do facto de serem as mulheres as detentoras dos segredos da civilização neolítica ainda durante os alvores do patriarcado precisamente porque assim teria sido desde os primórdios do matriarcado em que imperava a Camorra, ou seja a lei mafiosa da Deusa Mãe.Não importa muito suspeitar que o nome alternativo da festa Memésia seria Genésia por se reportar a espíritos de antepassados que entre os romanos eram Genii.
Melhor será dar conta de que estamos em presença de deusas de cultos infernais de propiciação dos mortos ao serviço de Hades e Perséfona. Então, teremos que nos colocar no campo do julgamento dos mortos para reparação dos crimes que a justiça penal deste mundo não puniu e que teria que ser levada ao tribunal dos juízes dos infernos do Kur. Daí que o Karma seria afinal derivada do sumério *Kur-mê, a lei dos infernos.

Ver: LABARTU (***)

Por sua vez Fur-®ina teria sido a esposa do deus do Kur, denominado Dis Pater entre os Latinos e que pode ter sido também o duro e fero *Diro, esposa da furiosa Dira.
O nome grego de Erínia, ouvido ao lado do de Furrina, começa a ser fácil de explicar.
Erí- | < Er(esh-ki-gal) < Ker | nia < ina | < Kur-i-Ana
> Phur-i-na > Furrina.
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Figura 14: Detail from a painting depicting Dionysos and the impious king Lykourgos.
Licurgo (también Lykurgos, Lykourgos) era rey de los edones en Tracia y padre de Dryas. Prohibió el culto de Dioniso, el dios tracio del vino. Cuando Licurgo oyó que Dioniso estaba en su reino, encarceló a las seguidoras de Dioniso, las ménades. Dioniso huyó, refugiándose con Tetis, la ninfa del mar. Entonces Dioniso envió una sequía a Tracia.
Habiéndose vuelto loco, Licurgo confundió a su hijo con un remiendo de hiedra, que es santa para Dioniso, y lo mató. Un oráculo entonces le predijo que la tierra permanecería seca y estéril mientras Licurgo estuviera vivo, así que su gente se sublevó y lo asesinó. Con Licurgo muerto, Dioniso levantó la maldición. En una versión alternativa de la historia, Zeus volvió ciego a Licurgo como castigo por oponerse al culto.
   
Ver: DEUSA MÃE DAS AVES AGOIRENTAS / 4 – ERÍNIAS (***)
        & ORESTES (***)
  
 

Figura 15: Orestes, julgado em Atenas, teve o voto de qualidade favorável da deusa Atena que o livrou da vingança das Erínias fazendo prevalecer a equidade compaixão do patriarcado ateniense emergente sobre da justiça cega do matriarcado, moralmente arcaico e vingativo; impiedoso e implacável como a pena de talião. (Designs by FLAXMAN in Stories from the Greek Tragedians, By the Rev. Alfred J. Church, M.A.)
A justiça penal tem vindo assim a civilizar-se com a evolução da sociedade deixando de ser a mera aplicação da lei natural implacável da condenação às penas eternas dos infernos osiríacos, que ainda era com a inquisição medieval, e passado pela clemência divina dos deuses olímpicos e depois à caridade cristã e à compaixão das religiões modernas para acabar na justiça para além do dolo feita progressivamente em função dos riscos sociais objectivos. No entanto, o justicialista continua a ser a tentação do populismo mesquinho feito em nome de estratégias políticas descamisadas e obscura desde a idade média inquisitória aos modernos linchamentos e julgamentos em praças públicas em directo e em frente de meios de comunicação de massas.
Figura 17: Orestes e as Erínias.
A justiça moderna procura em vão o caminho da aplicação da justiça com vista à boa ordem social que passe por um conhecimento das ciências sociais e políticas. Possivelmente a lei penal faz cada vez menos sentido à luz tétrica das Fúrias e da Eríneas e sobretudo à luz nova do cristianismo e das modernas religiões da compaixão. Porém, ao crime passional individual a sociedade moderna parece ter que juntar o crime organizado e o terrorismo urbano e político, realidades que colocam as leis e as penas cada vez mais no âmbito da gestão global das sociedades onde a prevenção educativa dos riscos criminais começa a ser mais importantes que a sua punição, o que passa necessariamente pelo conhecimento desapaixonado das leis sociais e pela gestão rigorosa e científica das causas da criminalidade e do descontentamento social, o que obrigará os políticos a tornarem-se melhores gestores desta “casa grande” onde todos vivemos, para o bem e para o mal.
A modernidade ensina-nos que para a boa ordem social a aceitação tolerante da pequena desordem individual pode ser mais importante do que a pequena justiça individual e que a grande justiça social tem que ser uma ciência, uma técnica e uma arte que os políticos têm que encarar não mais como um assalto aos cofres do erário público pela via do poder mas como um serviço sagrado prestados aos deuses da humanidade que casa vez mais são um pouco de cada um de nós!


[1] "[Zeus], apart from Hera, had lain in love with a fair-faced daughter of Okeanos and lovley-haired Tethys, Metis, whom he deceived, for all she was so resourceful, for he snatched her up in his hands and put her inside his belly for fear that she might bring forth a thunderbolt stronger than his own; therefore the son of Kronos .. swallowed her down of a sudden, but she then conceived Pallas Athene, but the father of gods and men gave birth to her near the summit of Triton beside the banks of the river. - Hesiod, Theogony 924
[2] THE ESSENTIAL BODY: MESOPOTAMIAN CONCEPTION OF THE GENDERED BODY. By Julia M. Asher-Greve. Source: Wyke, Maria (ed.) (1998) Gender and the Body in the Ancient Mediterranean. Blackwell Publishers Ltda., Oxford, UK.
[3] L'Aliment sacré, Par Christophe Meyer.

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